Quinta-feira, 5 de Dezembro de 2024
No menu items!

Vila Real, 2 | Régua, 3

Quando aos 4 minutos o Vila Real abriu o activo, poucos acreditariam que os reguenses iriam conseguir sair do Monte da Forca com os três pontos e serem a única equipa, até ao momento, que conseguiu vencer os alvi-negros neste campeonato.

-PUB-

No jogo da primeira volta, o Vila Real acabou por ser goleado por quatros bolas sem resposta, no Artur Vasques Osório, em Peso da Régua, quando comandava o campeonato. Agora, na segunda volta e com muitas mudanças na equipa, os vila-realenses não estariam à espera de serem de novo destronados da liderança pela equipa reguense, mas foi mesmo isso que aconteceu. Contudo, os vila-realenses entraram muito bem no jogo, em velocidade e com jogadas ao primeiro toque, e rapidamente se colocaram em vantagem num lance infeliz do guarda-redes Zé Daniel. Há um bom entendimento entre Shuster e André Lisboa, este coloca no coração da área onde aparece Moura e na confusão, Zé Daniel acaba por deixar entrar a bola na sua baliza, quando parecia ter o lance controlado. Numa jogada simples, os locais colocaram-se em vantagem no marcador. Aos 10’, nova jogada rápida dos visitados, que culmina com um remate forte de Shuster para boa intervenção de Zé Daniel. Nos primeiros minutos, os reguenses sentiam muitas dificuldades para travar o melhor futebol apresentado pelos donos da casa. Mesmo assim, foram tentando chegar ao último reduto adversário, com o sinal a ser dado por Luís Carlos, mas o remate saiu ao lado da baliza de Ivo. Esta foi a primeira jogada de atrevimento dado pelos forasteiros, mas os vila-realenses estavam melhor em campo e, à passagem da meia hora de jogo, poderiam ter ampliado a vantagem, depois de uma combinação perfeita entre Shuster e André Lisboa, mas desta vez o remate deste último saiu por cima do travessão. Os reguenses, através das faixas laterais, conseguiam chegar várias vezes à área contrária, mas faltava um homem para finalizar os lances. Já em cima do apito para o intervalo, o Régua vai restabelecer a igualdade. Há um alívio da defensiva da casa para a entrada da área, onde, numa jogada de insistência, aparece Tiago Nóbrega a fazer um grande golo. O jovem reguense num remate de primeira coloca a bola no ângulo, sem qualquer hipótese de defesa para Ivo.

Para o segundo tempo, os dois técnicos optaram por apostar no mesmo onze. Como já vinha sucedendo no final da primeira parte, os reguenses entraram melhor e tiveram uma oportunidade soberana aos 50’. Zé Roberto leva a melhor sobre os defensores locais, vai à linha e cruza para o segundo poste onde aparece Paulinho, sozinho, a rematar, mas a bola sai a centímetros do poste. Aos 54’, surge o lance caricato do jogo. O técnico Carlos Felisberto faz duas alterações e o delegado ao jogo entrega ao auxiliar do lado da bancada o papel com os números 3 e 9 como sendo os atletas que iriam sair do jogo. Mas, o delegado do Vila Real ao levantar a placa das substituições coloca o número 8 em vez do número 3 e gera-se a confusão. O Peixoto e o Castanha saem de campo, mas depois o Peixoto volta a entrar e vai até à área para o pontapé de canto. Os reguenses começam a reclamar, dizendo que o adversário tem 12 jogadores em campo, o que não é verdade, pois o número 8 já tinha saído. Na confusão, o número 3 sai também e neste ‘ping-pong’ de quem entra e de quem sai, o árbitro acaba por mostrar o cartão amarelo a Peixoto e consequente vermelho, uma vez que já era o segundo amarelo no jogo, sem o jogador perceber muito bem o porquê da sua expulsão. Um lance caricato que custou ao Vila Real a perda de um elemento, ficando grande parte do segundo tempo a jogar com apenas 10 elementos. Bastava ao auxiliar rectificar o erro com o papel que lhe foi entregue pelo Vila Real aquando das duas substituições. Enfim, mais um caso da nossa arbitragem.

Voltando ao jogo propriamente dito, a jogar com mais um elemento, os reguenses vão colocar-se em vantagem. Num livre ainda bastante longe da baliza, Paulinho remata forte e a bola só pára no fundo da baliza, com Ivo a ser mal batido. O Vila Real alargou a frente atacante e deixou muito espaço nas suas costas, propício aos ataques velozes dos forasteiros. Aos 77’, Zé Daniel brilha ao defender um livre de Lisboa que levava o caminho certo. Depois de algumas boas intervenções do guarda- -redes visitante, num lance rápido de contra-ataque, Paulinho coloca ao segundo poste onde aparece Quinzinho a cabecear para o fundo das redes. Com o terceiro golo, os reguenses ‘mataram’ as esperanças do Vila Real chegar pelo menos ao empate. Mesmo assim, já em período de compensação, Lisboa na cobrança de uma falta, levanta a bola para a área, onde aparece Miguel Ângelo na antecipação e, de cabeça, reduz a desvantagem, mas já era tarde para mais.

Num jogo muito competitivo, os reguenses foram mais audazes e conquistaram uma preciosa vitória, num terreno sempre muito difícil para qualquer adversário. Já o Vila Real viu o Mondinense ficar na primeira posição e terá que recuperar os pontos perdidos nos próximos jogos.

Uma última nota para o trabalho da equipa de arbitragem que fica manchado pelo lance das duas substituições onde deveria ter imperado o bom-senso, já que o jogador Peixoto não fez nada para ver o segundo cartão amarelo.

 

CARLOS FELISBERTO, treinador do Vila Real

“O relvado do Monte da Forca é uma afronta para a qualidade de jogo que temos apresentado”

O técnico alvi-negro ficou conformado com a sua primeira derrota à frente do Vila Real, salientando a boa postura dos reguenses que acabaram por vencer com justiça.

“Apesar de termos entrado bem no jogo, não fomos a equipa que costumamos ser. Acabamos por marcar muito cedo, mas o jogo não correu como esperávamos. Na primeira parte fomos superiores, ainda tivemos oportunidades para chegar ao segundo golo, mas o Régua empatou sobre o intervalo e ficou tudo em aberto para o segundo tempo. Depois do lapso na substituição, acabamos por ficar em inferioridade numérica e logo a seguir o Régua fez o 2-1 e posteriormente o 3-1. Tudo ficou mais complicado para a nossa equipa. O mérito vai para equipa do Régua que chegou ao Monte da Forca bem organizada, tentou jogar o jogo pelo jogo, sem qualquer tipo de pressão e acabou por conquistar os três pontos com justiça. Dou- -lhe os meus parabéns. Claro que pretendíamos conquistar os três pontos e continuar na liderança do campeonato, mas isso hoje não foi possível, porque não estivemos ao nosso melhor nível. Também o piso da Monte da Forca não ajuda as equipas a praticar um bom futebol. Essa é a grande lacuna e uma afronta para a qualidade do futebol que temos apresentado em pisos mais regulares. Mas, uma equipa que ganhou nove jogos consecutivos, não é esta derrota que nos vai afectar, porque a equipa não desaprendeu a jogar”.

 

TÓ ZÉ MARQUES, treinador do Régua

“Merecemos a vitória”

No final do encontro, o técnico forasteiro estava visivelmente satisfeito com a vitória da sua equipa sobre um dos candidatos à subida de Divisão.

“Foi uma vitória justa, pois fomos melhores. Defrontamos uma grande equipa, muito bem orientada, mas hoje fomos superiores e acabamos por vencer com todo o mérito. Sofremos um golo cedo, mas soubemos responder e dar a volta ao marcador. A expulsão de um jogador do Vila Real poderá ter influenciado o desenrolar do encontro, mas mostramos uma boa postura, queríamos vencer e foi isso mesmo que conseguimos fazer. Viemos aqui jogar o jogo pelo jogo, sem receio do adversário e a vitória assenta bem à minha equipa, que mostrou, mais uma vez, que pode vencer em qualquer campo. Vamos continuar a trabalhar para alcançar ainda muitas vitórias neste campeonato”.

 

 

FICHA TÉCNICA

 

Jogo disputado no Complexo Desportivo do Monte da Forca.

 

Árbitro: Vítor Silva

Auxiliares: Rui Rebelo e Vitorino Oliveira.

 

VILA REAL – Ivo, Bessa, Miguel, Mica, Ernesto, André Lisboa, Castanha (André Azevedo, 54’), Leandro (Miguel Ângelo, 54’), Shuster, Moura (Mico, 61’).

Suplentes não utilizados: Pedro, Fredy, Francis e Diogo.

Treinador: Carlos Felisberto

 

RÉGUA – Zé Daniel, Pedro Carvalho, André Silva, Tiago Nóbrega (Plantas, 90’), Miguel Martins, André Viamontes (Quinzinho, 75’), Luís Carlos, Paulinho (Alex, 93’), Duarte, Zé Diogo, Paulo Roberto.

Suplentes não utilizados: Manuel Augusto, Sérgio Cardoso, Silveira e Alexandre.

Treinador: Tó Zé Marques

 

Ao intervalo: 1 – 1

 

Cartões Amarelos: Pedro Carvalho (18’), Miguel Martins (28’), Zé Augusto (45’), Miguel (50’), Peixoto (52’ e 55’) André Silva (61’), Luís Carlos (83’), Mica (90’).

 

Cartão Vermelho: Peixoto (55’)

 

Marcadores: Zé Daniel (4’, p.b.), Tiago Nóbrega (44’), Quinzinho (85’), Miguel Ângelo (94’)

APOIE O NOSSO TRABALHO. APOIE O JORNALISMO DE PROXIMIDADE.

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo regional e de proximidade. O acesso à maioria das notícias da VTM (ainda) é livre, mas não é gratuito, o jornalismo custa dinheiro e exige investimento. Esta contribuição é uma forma de apoiar de forma direta A Voz de Trás-os-Montes e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente e de proximidade, mas não só. É continuar a informar apesar de todas as contingências do confinamento, sem termos parado um único dia.

Contribua com um donativo!

MAIS ARTIGOS

VÍDEOS

Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS