Arrancou hoje o período de vacinação exclusiva para crianças e comunidade escolar em todo o país. Para os mais pequenos, dos cinco aos 11 anos de idade, este é já o segundo período de vacinação e conta com cerca de 103 mil agendamentos até domingo.
No Alto Tâmega contabilizaram-se um total de 399 crianças vacinadas “em cinco concelhos, uma vez que Ribeira de Pena não vacinou. Fá-lo-á a partir de amanhã, tendo 60 agendamentos previstos só de crianças”, explicou Laurentina Teixeira, diretora do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alto Tâmega e Barroso, em declarações à VTM.
De acordo com a própria, só esta manhã, “foram vacinadas 180 crianças em Chaves, 90 em Valpaços, 90 em Vila Pouca de Aguiar, 20 em Boticas e 19 em Montalegre. Neste último concelho, era expectável que o número fosse reduzido, uma vez que estamos perante localidades muito envelhecidas, em que o número de idosos é bastante superior ao número de crianças em idade escolar”, frisou.
Tecendo algumas comparações, Laurentina Teixeira frisou que, “por exemplo, no caso de Valpaços, apesar de ser um concelho muito grande, maior que Boticas e Montalegre, e um bocadinho maior que Vila Pouca, tem muitos idosos e poucas crianças. Em Vila Pouca de Aguiar também há falta de crianças mas, ainda assim, o número de inoculações é bastante bom comparado, por exemplo, com o de Chaves”.
Porém, as expectativas permanecem altas, “uma vez que ainda se seguem mais três dias de vacinação. Acredito que as restantes crianças estejam repartidas por estes dias”. O feedback de pais e crianças tem sido positivo e “a confiança cresceu desde o primeiro período de vacinação. Havia, na altura, muitas reticências e receios face a possíveis efeitos secundários. Como viram que era seguro, agora têm outra atitude”, frisou a diretora.
Em comparação com o primeiro período exclusivo de vacinação, “no sábado, dia 18 de dezembro, vacinámos 372 crianças, 47 em Boticas, 99 em Chaves, Montalegre vacinou 50, daí agora ter menos, e Ribeira de Pena vacinou 70 crianças. Valpaços vacinou, apenas, 40 crianças e Vila Pouca de Aguiar vacinou 66. Portanto, à exceção de Boticas e de Montalegre, os restantes concelhos vacinaram mais neste arranque do segundo período”.
No conjunto, durante o fim de semana de 18 e 19 de dezembro, “vacinámos mais de 500 crianças. No domingo, apenas dois concelhos tiveram os seus centros de vacinação a funcionar, num total de 140 crianças inoculadas, 90 em Chaves e 50 em Montalegre. Portanto, tendo em conta estes números alcançados em dois dias, comparando-os com os de hoje, o balanço é ótimo. Incluirmos as crianças é, naturalmente, mais uma forma de combatermos esta pandemia”.
Em Chaves, o dia ficou marcado por uma “grande afluência” ao Centro de Vacinação. De realçar, porém, “que algumas das crianças presentes não puderam ser já vacinadas porque estiveram infetadas com Covid. Portanto, terão de aguardar cinco meses até que tal seja possível”, destacou Laurentina Teixeira.
De acordo com o governo, as segundas doses serão administradas de 5 de fevereiro a 13 de março deste ano, altura em que deverá ficar concluído o esquema vacinal da referida faixa etária. No início desta semana foi, ainda, anunciado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, que os professores e os profissionais das creches e ATL receberiam uma dose de reforço da vacina contra a Covid-19, na qualidade de grupo prioritário.
Desta feita, estes serão chamados aos respetivos Centros de Vacinação nos mesmos dias das crianças, mas da parte da tarde, em regime de Casa Aberta, sendo-lhes atribuída uma senha digital.
COMUNIDADE ESCOLAR
Num balanço deste primeiro dia de vacinação de reforço da comunidade escolar, Laurentina Teixeira avançou à VTM que “foram vacinadas 377 pessoas, 192 em Chaves, 61 em Vila Pouca de Aguiar, 44 em Valpaços, 44 em Montalegre e 36 em Boticas. São números bastante positivos, que correspondem às expectativas”, destacou.
Todos os concelhos terão “os seus centros de vacinação abertos no sábado, inclusive Ribeira de Pena. No domingo, teremos, pelo menos, Chaves e Montalegre, uma vez que são os únicos centros com horário de funcionamento disponível. Tudo irá depender, essencialmente, do número de crianças por vacinar”.
FALTA DE PROFISSIONAIS CONDICIONA VACINAÇÃO
Segundo Laurentina Teixeira, este segundo período de vacinação exclusiva fica marcado pela falta de profissionais de saúde. “A situação está a ficar um bocadinho má. Temos alguns profissionais em isolamento, uns positivos, outros em isolamento porque têm filhos ou algum outro familiar, com quem coabitam, com teste positivo. Ou seja, esta falta de profissionais deve-se a essas situações, inesperadas”.
A diretora lamenta que, nesta fase, não haja mais profissionais de saúde disponíveis, o que, afirma, “seria melhor e dava-nos alguma margem para gerir a afluência. Ainda assim, dentro do possível, temos conseguido gerir o processo e o feedback que recebo dos Centros de Vacinação é positivo. Tivemos, porém, de encaminhar algumas pessoas para a Saúde Pública devido à necessidade de serem feitos inquéritos epidemiológicos e conseguirmos dar resposta no próprio dia”.