Sexta-feira, 31 de Março de 2023
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A evolução da economia portuguesa no pós-pandemia

Nos últimos dias notícia o facto da economia portuguesa ter crescido 6,7% em 2022, de acordo com uma estimativa do INE.

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É o valor mais alto em 35 anos. Comparando o valor anunciado pelo INE com a última estimativa da Comissão Europeia para os restantes países da UE, Portugal surge em destaque com o 2.º maior crescimento do PIB real face a 2021, bem acima da média da UE que se fixa em 3,3%.

No entanto, não basta os números estarem matematicamente corretos para produzirem informação suficientemente relevante, e este é um bom exemplo. A disseminação desta notícia, em destaque nas capas de jornais e manchetes dos telejornais, com pouca contextualização, poderá conduzir à desinformação.

Após a crise pandémica, assistimos à natural recuperação económica de todos os países, voltando aos níveis pré-pandemia. Aqueles que mais caíram no biénio 2020-2021, também foram aqueles que, consequentemente, mais tinham para recuperar em 2022. E Portugal foi um desses países, até porque as medidas restritivas que assistimos durante os primeiros meses de 2021 foram mais severas no nosso país do que a maioria dos outros países europeus. Basta retirar as restrições para a economia crescer, é natural. Mas esse crescimento está mais relacionado com a dimensão das restrições no ano anterior, do que propriamente com o dinamismo económico do próprio ano.

Assim, mais do que comparar o crescimento económico com um ano tão atípico como 2021, o que importa é comparar o Produto Interno Bruto de 2022 (pós-pandemia) com o último ano pré-pandemia (2019). Infelizmente o retrato não é tão animador para Portugal, mas é um indicador mais útil. Nesta perspetiva, Portugal foi uma das economias que menos cresceu em 2022 face a 2019 (apenas 3,2%), o 11.º pior desempenho entre as 27 economias da UE. Se olharmos apenas para economias que apresentam um PIB per capita abaixo da média da UE (e com as quais, cada vez mais, Portugal compete), Portugal apenas consegue superar a Espanha, a República Checa, a Itália e a Eslováquia. A maioria destas economias mais pobres (no contexto europeu) já esperam apresentar, em 2022, um PIB real mais de 5% superior face a 2019.

A realidade é, por vezes, demasiado crua, fria, difícil de digerir. Mas só com um diagnóstico claro sobre a realidade é que poderemos ambicionar melhorar.

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