Não têm sido frequentes estas soluções governativas demonstrarem que são plausíveis, duradouras, sustentáveis e eficazes. Claro que a direita do espetro político fazia questão de pôr em dúvida a solução encontrada em dezembro de 2015 por António Costa e que Cavaco Silva, então Presidente da República, empossou, sabe-se lá com que custo! Nem à esquerda a solução foi acolhida por unanimidade. Mesmo no interior do Partido Socialista.
Na opinião pública, algo de semelhante se passou. Num estudo de opinião, dois meses após a tomada de posse, já o número de incrédulos baixava significativamente. Dados que continuaram a evoluir. Esse sentir era visível em artigos de opinião que mostravam os seus autores passar da incredulidade à expetativa positiva e, em momentos sucessivos, ao reconhecimento de que o Governo estava a fazer bem, sabia tomar medidas alternativas ao anterior, era aceite pelos governos europeus e os seus membros, nos diversos ministérios, foram consolidando uma imagem de credibilidade e eficácia na gestão do bem comum. O Governo de minoria, apoiado no Parlamento por partidos, por muitos considerados “fora do arco da governação” – mas que conceito mais esquisito em democracia! – resistiu a um processo negocial naturalmente difícil, conseguiu evitar orçamentos retificativos, foi capaz de ultrapassar a sanha de Bruxelas em se intrometer no Orçamento de Estado dos Estados-membros, “emprestou” o seu Ministro das Finanças para presidir ao Eurogrupo e ainda, como se viu recentemente, viu o nome do seu Primeiro Ministro ser falado para um Alto Cargo nas instâncias comunitárias. Entretanto, as agências de rating deram testemunho que o Governo da República estava no caminho certo, dando boas provas, desde logo, nas contas certas. E os casos positivos passam também por setores como o dos Negócios Estrangeiros, do Trabalho e Segurança Social, da Modernização Administrativa, do Ambiente.
Não será de estranhar, pois, na avaliação da Legislatura, as referências elogiosas ao défice, “o mais baixo” de toda a democracia e que este ano pode ficar em 0,2% do produto, níveis de baixo desemprego que já não se conheciam em Portugal desde finais do século passado, exportações e economia a crescerem, cenários que superam em muito as análises mais otimistas do próprio Governo. Há quem não queira reconhecer as boas medidas desenvolvidas em áreas que dizem muito às pessoas, como a da saúde. Mas também aí há créditos, como o reforço do investimento público, em mais médicos, mais enfermeiros e mais despesa em infraestruturas. Em benefício da área social, o testemunho da UNICEF, que destaca Portugal como possuindo uma das melhores políticas de apoio à família entre 31 países desenvolvidos, ao lado da Suécia e da Noruega. A demonstrar que foi bom acreditar.