“Este foi um dos primeiros objetivos desde que a associação nasceu: levantar a festa em honra de São Tiago”, sublinhou Félix Touças, fundador e presidente da direção da coletividade, sobre as festividades que “há 14 anos não se realizam”.
Reconhecendo o “gosto” que toda a população teria em voltar a ver o santo padroeiro “percorrer as ruas de Mondrões”, o mesmo responsável acredita que seria possível juntar esforços, unir as pessoas da freguesia, em torno da organização da festa. “O núcleo conseguiria realizar a festa, só precisávamos do sim da Igreja e da Comissão Fabriqueira”, garantiu Félix Touças sublinhando, no entanto, que para a realização desse “sonho” será necessário “anexar várias pessoas da freguesia à organização, como, por exemplo, o Grupo de Jovens, que poderia empenhar-se na parte religiosa”, e outros que apoiassem no programa cultural e desportivo.
Apesar desse grande objetivo ainda não ter sido concretizado, ao longo dos últimos dois anos o NRCST tem atingido as metas que tem traçado, cumprido um plano de atividades que inclui diversas e variadas iniciativas culturais, desportivas e de apoio à população.
Um das ações sublinhadas pelo dirigente associativo foi a implementação, poucos meses depois da fundação da coletividade, dos rastreios pelas várias aldeias da freguesia. “Temos duas técnicas de saúde credenciadas que percorrem as aldeias e criamos uma espécie de boletim individual para registar os exames que são feitos e fazer o controlo do estado de saúde de cada pessoa”, explicou.
Com medições regulares (pelo menos uma vez por mês) de vários parâmetros, como o peso ou as tensões, entre outros, a população, em especial os idosos, podem estar atentos à evolução do seu estado de saúde, prevenir situações mais graves e mesmo levar o “seu boletim quando têm consultas com o médico de família”. “A saúde não pode esperar. Através desse trabalho de prevenção por vezes é possível analisar problemas mais graves e encaminhar diretamente os idosos para o hospital, como já aconteceu”, adiantou Félix Touças.
O plano de atividades do NRCST também já foi marcado pela solidariedade, tendo sido realizado um passeio BTT cujos fundos recolhidos reverteram para apoiar o pagamento da pequena Joaninha, uma menina vila-realense com uma doença muito rara.
Escola de música é a prova de que a ‘união faz a força’
Além das várias atividades desportivas e culturais que desenvolve durante todo o ano, há cerca de dois meses, através de uma fusão com o grupo “Acordas da Música”, o Núcleo de São Tiago pôde ainda empenhar-se em outro objetivo: contribuir para o desenvolvimento de “uma escola de música para todos”. “O grupo da escola de música, chamado ‘Acordas da Música’, já existia há seis anos. Com o desenrolar do trabalho da associação, fomos conversando e facilmente chegamos a um consenso para unir as duas instituições. Se cada uma era forte em separado, juntas mais fortes nos tornámos”, defendeu o presidente do NRCST.
Contando atualmente com 29 elementos, o grupo tem as portas abertas para receber todas as pessoas que gostem de música e que “queiram ajudar a desenvolver” o projeto. “Há seis anos que ando a tentar fazer isto com o intuito de desviar os jovens dos maus vícios”, explicou Rui Carvalho, membro da direção do núcleo ligado à parte do grupo musical.
Cavaquinho, viola, acordeão, bombo e bandolim são alguns dos instrumentos que os jovens aprendem a tocar, sendo de sublinhar, entre os eventos organizados pelo NRCST o concerto anual de Natal, o concerto de fim de ano, a tradição de cantar as Janeiras e os intercâmbios com outras tunas e grupos de localidades vizinhas.
“Não é do dia para a noite que se consegue fazer as coisas, temos que dar tempo ao tempo e desenvolver o trabalho com os pés bem assentes na terra”, defendeu Félix Touças recordando que a associação tem conseguido atingir as metas a que se propôs aquando da sua fundação: “Dinamizar a freguesia de uma forma credível e séria e unir as pessoas” em torno do desenvolvimento do seu território.