“Na região do Douro, a produção deste ano foi abundante e promete vinho de qualidade. Apesar disso, para muitos a situação é difícil e as perspetivas não são muito animadoras”, assinalou D. António Augusto Azevedo, na homilia da celebração.
O responsável católico disse que “a Igreja está atenta e preocupada com a situação, o que acontece, aliás, sempre que há pessoas e comunidades em situação de maior fragilidade”.
No início de agosto, viticultores da Região Demarcada do Douro saíram às ruas do Peso da Régua, alertando para o “o princípio de uma catástrofe social” face ao corte no benefício, a redução do rendimento por hectare e as incertezas no escoamento de uvas. O bispo de Vila Real destacou a importância da fé para “enfrentar desafios, resistindo a dificuldades e contrariedades”.
A homilia aludiu a um ambiente que “promove as emoções fáceis, mas não a reflexão, uma informação excessiva, mas, às vezes, pouco fiável, um uso e até abuso da tecnologia, em detrimento da comunicação entre as pessoas”.
“A fé cristã desafia-nos a ver as coisas de uma forma mais simples”, acrescentou D. António Augusto Azevedo.
O responsável pediu que se olhe para os “mais pobres, os sem-abrigo, os imigrantes, dando atenção àqueles que não contam muito ou não têm voz”.
O bispo quis homenagear a “memória dos homens e mulheres que, ao longo de gerações, deixaram o seu suor gravado nestes socalcos do Douro”.
Esta celebração é uma iniciativa do município do Peso da Régua, com a colaboração da paróquia local.
No início da Missa, D. António Augusto Azevedo convidou a rezar pelas vítimas dos incêndios, especialmente “por aqueles que faleceram e pelos feridos”.
“Não deixamos de rezar também por todos os que foram afetados na sua vida e perderam os seus bens, pessoas, famílias e comunidades”, finalizou.