A diocese de Vila Real está de parabéns ao celebrar 100 anos de existência. Para celebrar a data, estão previstas várias iniciativas religiosas e culturais, que passam por peregrinações à Sé Catedral, concertos, colóquios, exposições e tertúlias.
Dia 8 de dezembro, feriado dedicado à Imaculada Conceição, marca o arranque das comemorações, que se prolongam por um ano, com o bispo, D. António Azevedo, a convidar a comunidade a participar. “Gostaria que este fosse um centenário de todos e para todos. São 100 anos de história, de uma diocese relativamente jovem, o que não deixa de ser uma etapa muito marcante”.
“São 100 anos de história. Gostaria que este fosse um centenário de todos e para todos”
D. António Azevedo, Bispo de Vila Real
Para o bispo, é importante que “todos se sintam envolvidos” no espírito do centenário. “É importante envolver no espírito do centenário toda a Igreja diocesana, o clero e os leigos, as famílias, as paróquias, toda a gente, as instituições variadas da vida eclesial”, porque a diocese “é composta por todos e a Igreja são todos, alargado àquelas pessoas que não são praticantes”.
Os eventos são abertos a toda a comunidade, com um programa variado, abrangendo um cariz litúrgico e religioso, que “tem também uma forte componente cultural e pretende chegar a toda a diocese”, em que cada um dos oito arciprestados (Baixo Tâmega, Centro II, Centro, Douro I, Douro II, Barroso, Alto Tâmega e Terra Quente) tem um mês designado para a realização das peregrinações, que podem ser familiares ou comunitárias à Sé Catedral de Vila Real, a igreja-mãe desta diocese.
O prelado vincou que o elemento “mais forte é a componente espiritual, sobretudo tendo em conta que o momento mais simbólico é o da peregrinação. Será não só um ano de centenário, mas um ano jubilar, o que, na tradição da igreja, tem um grande significado”.
PROGRAMA
Das inúmeras iniciativas que já estão agendadas, o padre Manuel Queirós, da comissão do centenário, destacou o dia de aniversário, 20 de abril de 2022, onde haverá a celebração litúrgica, um concerto do órgão sinfónico da Sé, assim como a abertura de uma exposição no Museu do Som e da Imagem. “Trata-se de uma exposição documental, de fotografias e de microfilmes que estará patente em Vila Real até junho, entrando depois em itinerância pelas cidades de Peso da Régua, Chaves e Valpaços”.
“A maioria das iniciativas decorrerá de forma presencial, mas também haverá outras com transmissão online”
Pe. Manuel Queirós, Comissão do Centenário
Já no seminário estará patente outra exposição, que reúne objetos e obras de arte, nomeadamente os objetos pessoais dos bispos, que serviram nesta diocese, e peças de arte do próprio seminário e da Sé.
Destaque ainda para a realização do colóquio “A criação da diocese de Vila Real”, numa parceria com a Universidade Católica, e tertúlias, que vão acontecer de forma descentralizada pelas vilas e cidades da diocese. Haverá também concertos da Orquestra do Norte, o Coro Câmara D’Ouro e pelo órgão sinfónico com 2.180 tubos da Sé, que terá a sua programação reforçada.
A pandemia poderá vir a afetar a programação, que não está fechada, e poderá ser ajustada ao momento. “A maioria das iniciativas decorrerá de forma presencial, mas também haverá outras com transmissão online”.
RESPONDER AOS DESAFIOS
D. António Azevedo espera que este seja um ano que potencie um crescimento sem perder as raízes, “as raízes cristãs, as raízes de fé, as raízes culturais do povo desta região”. Porém, “é fundamental continuar esta renovação da Igreja para ser uma Igreja capaz de responder ao século XXI”, numa Igreja que, nos últimos 100 anos, “sofreu uma profunda transformação”.
Há 100 anos, a Diocese de Vila Real tinha 400 padres e hoje tem 102, um número que, segundo o bispo, “é interessante e simpático para os dias que correm”, tendo em conta o decréscimo de população que se tem verificado.
O bispo lembrou que a população residente neste território também decresceu, bem como os alunos que atualmente estão no seminário, que foi uma das obras “mais marcantes” da Diocese, que chegou a acolher “centenas de alunos”.
Hoje com 259 paróquias, a Diocese de Vila Real foi criada pelo Papa Pio XI, pela Bula ‘Apostolicae Praedecessorum Nostrorum’, de 20 de abril de 1922, tendo agregado paróquias da arquidiocese de Braga, das dioceses de Lamego e de Bragança.