PERFIL
Fundação: 10/05/2022
Elementos:35
Na vertente cultural dá igualmente cartas, com um rancho folclórico, um grupo de teatro e um grupo de bombos.
E é precisamente dos bombos que vamos falar. O grupo começou por ser uma brincadeira de amigos, mas hoje é já algo sério, com atuações em vários pontos do país.
“Tínhamos um grupo aqui em Constantim chamado ‘Os Puxas’. Frequentávamos uma tabernita e combinámos, numa altura, comprar uns bombos, por carolice, para darmos umas marteladas e fazer umas brincadeiras”, recorda Francisco Vilela.
Com a ajuda “do pessoal que frequentava a taberna e das pessoas da freguesia, que contribuíram com dinheiro, comprámos bastantes bombos.
Depois, começámos a dar a volta, à noite, por Constantim, a tocar, sem ensaios. E começámos, também, a ir a algumas festas, como em Vale de Nogueiras”, lembra, destacando que “fazíamos a festa, comíamos, bebíamos e vínhamos todos contentes”.
Contudo, apesar do convívio, “as pessoas começaram a fartar-se um bocadinho e acabámos por encostar os bombos, que ficaram arrumados em casa do senhor Domingos durante uns 10 anos, até que ele me chamou e disse que tinha de tirar dali os bombos ou então iam para o lixo”, conta Francisco Vilela, que à data era vice-presidente da ADC Constantim. “Falei com o presidente e trouxemos os bombos para aqui”, revela, adiantando que “ficaram ali numas prateleiras durante dois ou três anos, até que os pais dos miúdos que jogavam aqui futebol criaram um grupo de bombos, por brincadeira”.
Os bombos, que já estavam deteriorados, “foram arranjados” e hoje o grupo atua um pouco por todo o país. A principal culpada é Filipa Ferreira, a “patroa” como lhe chamam no grupo. Fez parte da Fanfarra dos Bombeiros da Cruz Verde durante 12 anos e conta que “o meu tio também já tinha um grupo de bombos e sempre quis experimentar. Comecei a vir aos ensaios e depois falaram comigo para ficar responsável pelo grupo”.
Desde então, o grupo tem vindo a crescer, em qualidade e quantidade. São, atualmente, 35 elementos, dos quatro aos 68 anos, com a curiosidade de “haver pais que trouxeram os filhos, começaram a gostar e entraram também para o grupo”, salienta Filipa.
“Neste momento vamos a romarias muito importantes, como é o caso da Senhora da Aparecida, em Lousada, e até setembro não temos vagas na agenda. As pessoas gostam de nos ouvir, dizem que somos diferentes dos outros grupos”, confessa, admitindo que “vamos às festas, depois da atuação ficámos por lá, a conviver uns com os outros. Tornámo-nos uma família”.
Os ensaios acontecem duas vezes por semana, “à sexta e sábado à noite, para não interferir com a escola dos mais novos e o trabalho dos mais velhos”.
“Quem anda aqui, anda porque gosta, ninguém recebe nada pelas atuações. O dinheiro que fazemos é todo para a Associação. E quando fazemos as coisas com amor, tudo se consegue”, conclui Filipa Ferreira.