“É um vinho feito em vinhas velhas e tem cinco castas, nomeadamente Touriga Franca, Tinta Cão, Tinta da Barca, Tinta Roriz e Touriga Nacional”, indica Mário Fontoura da Cunha, adiantando que “estávamos inseridos numa categoria de vinhos de mesa sem madeira”.
O vinho, produzido nas encostas do Douro, na aldeia de Castedo do Douro, concelho de Alijó, acabou por conquistar a medalha de ouro no palmarés geral (todos os provadores) e também no palmarés feminino (júri apenas com mulheres).
Em declarações à VTM, Mário Fontoura da Cunha revela que “quisemos fazer um vinho que juntasse as castas mais conhecidas, como são a Touriga Franca, a Tinta Roriz e a Touriga Nacional, com a Tinta Cão e a Tinta da Barca, que têm vindo a perder algum terreno. O resultado foi um vinho muito mais interessante e agradável”.
“A nossa ideia de fazer um vinho sem madeira é conseguir chegar a mais pessoas”, afirma, admitindo que “estamos a consegui-lo”.
Questionado sobre o segredo para produzir um bom vinho, Mário diz que passa por “ter boas uvas” e, para tal, “temos de cuidar das videiras com amor, dedicação e carinho. Só assim conseguimos ter uvas de excelente qualidade”.
Contudo, às vezes é também necessária uma ajuda divina, que é como quem diz, de São Pedro, com chuva e calor no tempo certo. Para a próxima vindima, este produtor espera “boa qualidade”, referindo que “a nossa preocupação, ao longo do ano, é fazer um bom acompanhamento da vinha”.
“Praticamos uma viticultura regenerativa, ou seja, o nosso objetivo é ter biodiversidade nas vinhas para termos uvas de excelente qualidade e é isso que temos estado a conseguir”, afirma, explicando que “temos sempre muita erva nas vinhas, o que é sinónimo de biodiversidade e isso tem-se refletido na qualidade dos vinhos, tanto é que temos recebido medalhas de ouro e de prata em vários concursos”.
O concurso VinDuero-VinDouro é promovido pela Asociación Vinduero-Vindouro. No palmarés geral, o vinho Casttêdo Valley DOC Douro Tinto Reserva 2020 obteve 92,55 pontos em 100 possíveis.