O dia começou com a Assembleia Municipal extraordinária, nos claustros do antigo Governo Civil, onde foram evocados os 50 anos do 25 de Abril.
Dos mais novos aos mais velhos, foram várias as vozes que se fizeram ouvir, com a liberdade a ser a palavra chave.
João Gaspar, presidente da Assembleia, falou deste dia como “um marco histórico para Portugal”, que trouxe a democracia ao país e “acabou com o terror, a exploração e com o atraso a que estávamos submetidos”.
E salientou que “não nos devemos esquecer dos erros do passado, se não estamos condenados a repeti-los”, pelo que “tudo depende da nossa perspetiva de futuro” e, para isso, “não devemos ter memória curta”.
Mas confessa que “só há liberdade a sério quando houver paz, pão, habitação, saúde e educação para todos os portugueses”.
O mesmo pede César Cordeiro que, da parte da tarde, assistiu ao desfile das bandas filarmónicas do concelho, que tocaram algumas das músicas emblemáticas da revolução.
Este vila-realense espera, entre outras coisas, que as mulheres “ganhem o mesmo que os homens”, lembrando que, “antes de 1974, muitas mulheres só saíam de casa com autorização dos homens. Eles é que mandavam”.
Ao lado, de cravo na mão, Maria dos Anjos, tinha cerca de 20 anos e lembra-se de estar na aldeia, em Vale de Nogueiras. “A vida ficou melhor, a começar pela liberdade de dizermos o que queremos. Naquele tempo tínhamos que ter muito cuidado com a PIDE, não se podia dizer nada”.
Vila Real saiu à rua para celebrar o 25 de Abril. Não faltaram os cravos nem músicas como “Grândola Vila Morena” ou “Depois do Adeus”.