Segundo Rosa Monteiro, que hoje presidiu, em Viseu, à cerimónia pública de apresentação das Respostas de Apoio Psicológico (RAP) para crianças e jovens atendidos ou acolhidos na Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica (RNAVVD), o novo programa tem como objetivo dar um apoio que não existia.
“Serão 31 [equipas] por todo o país, 67 novos profissionais de psicologia recrutados especificamente para trabalharem com estas pessoas. Farão o apoio psicológico e psicoterapêutico muito especializado, com abordagens que intervêm, por exemplo, nas questões do trauma”, explicou à agência Lusa.
A secretária de Estado disse que “muitas delas são vítimas de violência física diretamente sobre si” e que cada vez mais se reconhece que, mesmo quando isso não acontece, também são afetadas.
“As crianças e os jovens que vivem em contexto de violência são sempre vítimas diretas de violência doméstica”, frisou.
Este novo programa decorre de um concurso lançado pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, no valor de 2,7 milhões de euros. “Estamos agora a lançar uma parceria com as estruturas da rede, que vão contratar estas equipas altamente especializadas”, explicou Rosa Monteiro, acrescentando que a Ordem dos Psicólogos Portugueses “fará a supervisão técnica e irá alimentando também de conhecimento técnico científico estas equipas”, ao longo dos dois anos previstos de projeto.
A secretária de Estado disse que, entre 2015 e 2020, houve mais de oito mil crianças e jovens acolhidos nas estruturas da rede. “Em média, anualmente, mais de 50% das pessoas acolhidas nas casas abrigo são crianças que estão, evidentemente, também numa situação de proteção, acompanhando as suas mães”, acrescentou.
Rosa Monteiro explicou que cada equipa ficará a prestar apoio numa região a todas as estruturas da RNAVVD, “sempre articulando com as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens e com os núcleos de trabalho na área da saúde, que estão também especializados neste domínio de violência doméstica com crianças e jovens”. A distribuição fez-se “atendendo aos rácios e às necessidades de cada território”, explicou.