Falamos, como comprova a imagem que ilustra a peça, da apresentação do nº 79 da Revista Tellus, uma das joias da coroa do Município que, com rigor e independência, se dedica à publicação periódica de trabalhos de interesse geral ou específico (científico, desportivo, etc.); espetáculo de variedades, que inclui arte musical e dança, e em que se satirizam acontecimentos ou figuras públicas da época, relacionadas com a cultura transmontana.
Por insociável que possa parecer, foi a primeira vez que entrei no auditório da Biblioteca Municipal! Por isso, nunca, sequer mesmo em sonho, a atividade da minha mente, tinha visionado a minha participação ativa num evento desta natureza, onde o normal é, constar o conhecimento infindável de autores que ajudam a enriquecer a nossa história…
Para tudo há sempre uma primeira ocasião. Mas, nesta originalidade proporcionada pelo trabalho do historiador Dr. António Conde, que apresenta grau máximo de perfeição, encontramos certezas, referências sobre um passado para nós desconhecido, mas que, sabíamos que existia. Um estudo de elevado nível, que dá a conhecer o “Saxofonista Diogo dos Santos Paradela”, músico que pertenceu a uma companhia itinerante de teatro, designada por Rentini… Uma surpresa agradável, por finalmente ter encontrado uma realidade há muito procurada, acompanhada pelo inesperado convite que me foi feito pelo Dr. Pires Cabral, para, no final da cerimónia, falar sobre o irmão de minha mãe, um artista de eleição, um exímio executante de saxofone que o mundo da arte mais bela das artes, intitulou como notável embaixador da Vila Real, na área das regras que ensinam a executar com perfeição!
A minha débil dicção, a falta de eloquência, a carência de expressividade para manifestar por palavras o meu sentimento, perante uma plateia constituída por literatos, quase me levou a recusar tão honroso convite. Nesse instante de indecisão, ouvi, era uma voz, suave, tímida, mas carinhosa! O som produzido pela faculdade de falar, era-me muito íntimo, era o de minha falecida mãe que me dizia: “honra o passado do teu tio Diogo!”…
Essas doces palavras, levaram-me ao silêncio, colocaram-me mais perto do Grémio Literário, que se preparava para nos dar a conhecer uma história verídica, factos de um passado que no meu coração permaneciam desde criança…
Na minha intervenção, as palavras que proferi, só podiam ser de agradecimento para os responsáveis do Grémio Literário, supremo órgão da nossa cultura e para o notável historiador vila-realense – Dr. António Conde, por, nesta edição da Tellus, falarem de uma figura da qual, cujo nome ou cujo mérito, nunca tinha sido falado. Esta referência confirma o que eu disse sobre a história de Vila Real. E, para além de tudo, foi uma justíssima homenagem póstuma a um filho de Vila Real que morreu na flor da idade, mas que repartiu com a sociedade a sua linda história de amor!…