Ao analisar o comportamento dos adeptos nos campos de futebol, Carlos Moreira disse que “é arrepiante” ver aquilo que se passa nos campos, sobretudo nos jogos da formação, com insultos e ameaças aos árbitros, pelo que temos de refletir e decidir rapidamente aquilo que queremos para a formação dos nossos filhos. Se os insultos são um ambiente saudável para os ver crescer. Temos de dar um passo em frente, porque nem todos nós percebemos de arbitragem e os árbitros são humanos e podem errar. Na formação, o futebol é para eles se divertirem e não o contrário”.
Lamentou ainda a atitude de alguns pais e adeptos, que insultam constantemente os árbitros. “Não é fácil manter a concentração quando se está a ouvir insultos da bancada. Os árbitros querem fazer bons jogos, no entanto, nem sempre decidem bem”.
Com cerca de 55 árbitros de futebol nos quadros da AFVR, o presidente acredita que o futuro da arbitragem no distrito está assegurado. “Conseguimos fazer uma renovação do quadro de árbitros do nacional e aumentamos o número no distrital. Temos três árbitros nas primeiras categorias, o Iancu Vasilica na primeira categoria do futebol profissional, a Cristina Amaral no futebol feminino e a Margarida Roque no futsal feminino”, sublinhou, adiantando que “não tenho dúvidas que o Carlos Teixeira irá chegar à primeira categoria, a Cristina irá ter as insígnias FIFA e alguns miúdos que estão em C4 vão conseguir ascender a C3, e outros irão estar num patamar mais elevado”.
Com os clubes a reclamarem das nomeações que são feitas semanalmente, o presidente revela que “não é fácil” quando há poucos árbitros disponíveis para os jogos. “Num fim de semana normal, temos cerca de 100 nomeações. Do distrital temos sete árbitros para apitar seniores, mais os do nacional. Por vezes, temos de recorrer a outras associações para nos disponibilizarem árbitros, mas também acontece o contrário”.
Com eleições agendadas para este ano, Carlos Moreira, há sete anos à frente da arbitragem da AFVR, afirma que não vai continuar. “Não pretendo, de todo, continuar. Teria de haver muitas variáveis para isso. São cargos de muito desgaste pessoal e exposição pública, mas quero continuar a ver estes miúdos crescer. São quase como filhos e tenho muito orgulho neles”.
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