Em termos de PIB per capita em paridades de poder de compra na União Europeia, na frente continuam Luxemburgo e Irlanda. Seguem-se todas as restantes economias do centro e norte da Europa.
Aliás, os resultados revelam cada vez mais uma União Europeia a duas velocidades. As 10 economias do centro e norte da Europa estão no top 10. Os restantes 17 lugares são ocupados pelos países do sul e leste europeu.
Olhemos para o caso português. Em 2021, as economias húngara e polaca ultrapassaram Portugal. Juntam-se assim a Malta, Rep. Checa, Eslovénia, Lituânia e Estónia na lista de sete países que ultrapassaram Portugal nos últimos 20 anos.
Neste período, Portugal apenas ultrapassou a Grécia, que saltou do meio da tabela para o penúltimo lugar, após a profunda crise que atravessou e constantes intervenções externas. Portugal estava próximo do meio da tabela em 2002, ocupando o 15.º lugar entre as economias da UE (considerando os 27 atuais estados-membros). Caiu 6 lugares para a 21.º posição, divergindo cada vez mais da média: em 2002, o PIB per capita português era 16% inferior à média da União Europeia e agora é 24% inferior.
Os anos de governação de António Costa correspondem ao período de maior queda na classificação europeia de riqueza gerada nas últimas décadas, onde Portugal em apenas 6 anos caiu 3 lugares, os mesmos que tinha caído nos 13 anos anteriores, durante os governos liderados por quatro primeiros-ministros: Durão Barroso, Pedro Santa Lopes, José Sócrates e Pedro Passos Coelho.
A seguir a Portugal encontra-se a Roménia, com apenas 2% menos de PIB per capita, podendo ultrapassar a economia portuguesa em breve. Em 2002, a Roménia gerava menos 65% de riqueza que Portugal, e curiosamente era uma das principais fontes de imigração no nosso país, onde os romenos procuravam uma vida melhor e a adoção dos padrões de vida mais elevados existentes na Europa Ocidental.
Portugal tem sido ultrapassado pela maioria dos países que há apenas 30 anos livraram-se do regime opressivo e centralista da União Soviética (alguns fizeram parte do império soviético, outros tiveram muitas influências). Chegaram tarde à UE, beneficiaram dos mesmos fundos estruturais que Portugal desde há muito já beneficiava, para convergirem com a União Europeia mas, ao contrário de nós, têm conseguido crescer, prosperar, desenvolver.
Cá, continuamos ansiosos pelos próximos fundos europeus, um placebo que por momentos nos faz esquecer que estamos cada vez mais na cauda da Europa.
Uma parceria com o Instituto +Liberdade (maisliberdade.pt)