De forma mais ou menos consensual, todos defendem que as escolas devem ser lugares de práticas saudáveis não só de aquisição de conhecimentos mas, também centros de socialização, desenvolvimento de personalidade, espaços de criatividade, enfim, não só estabelecimentos de ensino mas, de igual modo, ambientes de atividades lúdicas e de celebração.
Todavia, as escolas de hoje estão a aderir aos novos (modernos?) estereótipos sociais e políticos que são extemporâneos para a maior parte das crianças, tendo em conta dois fatores: têm idades ainda baixas e incipientes e, por outro lado, vivem em dúvidas constantes, contradições, falta de esclarecimento em relação ao que de confuso veem nas estações televisivas, nas redes sociais, nos seus próprios contactos mútuos.
Sabemos que os pais, na sua maior parte, não convivem da melhor maneira com os seus filhos (“falta de tempo” – dizem) e os professores vivem situações de entrega exaustiva à sua profissão, dominados por instruções, ordens de serviço, aulas em grande número que praticamente não lhes permite outro tipo de ação senão essa, a de lecionar as matérias, quase de “afogadilho”, sem que lhes sobre tempo para outros tipos de ligação aos seus alunos.
Daí que se estranhe certos tipos de opções e de decisões de certos professores e diretores escolares em recrutar personalidades externas para esclarecer os meninos e as meninas naquilo que os professores temem e evitam fazer. Um exemplo prático residiu em conferências promovidas por um grupo de gays, lésbicas, transsexuais sobre a igualdade de género e as relações sexuais numa escola de Gondomar (curiosamente, algumas semanas depois, na mesma escola, “Crianças abusaram sexualmente de um colega” (título do “JN”, de uma notícia que acrescentava: “Meninos têm 9 anos e frequentam a mesma escola. A vítima terá sido um menino da mesma idade”).
É altura de os nossos educadores (mais do que os nossos professores) meditarem bem no que estão a permitir e a fazer.
As crianças decerto que agradecerão.