O top 3 dos países mais representativos na emigração portuguesa completa-se com a Suíça (11%) e os EUA (9%). Trata-se de três países com rendimentos médios mais elevados (ou até muito mais elevados) do que os que se praticam em Portugal, em paridade de poderes de compra, de acordo com o “World Bank Poverty and Inequality Platform”.
A esmagadora maioria dos emigrantes portugueses escolhem, para viver, países que lhes garantem maior poder de compra, ou seja, salários mais elevados do que em Portugal em paridade de poderes de compra (87% do stock total de emigrantes portugueses no mundo). Os restantes 13% concentram-se, essencialmente, em países da CPLP, nomeadamente o Brasil (8%). Angola (0,3%) e Moçambique (0,2%) também constam no top-15 dos países com mais emigrantes portugueses. Outros fatores históricos também justificam a elevada emigração portuguesa, como os 3% de portugueses que vivem na Venezuela.
Em 2021, cerca de 60 mil portugueses emigraram, mais 15 mil do que no ano anterior, depois dos efeitos conjugados da crise pandémica e do ‘Brexit’, com o Reino Unido a retomar a posição de principal destino (12 mil entradas). Seguiu-se a Espanha (8 mil), a Suíça (8 mil), a França (6 mil) e a Alemanha (6 mil).
A análise dos países de destino dos nossos emigrantes é um fonte de inspiração para aquilo que nós, internamente, devemos fazer de diferente para termos maior capacidade de retenção do nosso talento. As melhores oportunidades profissionais e a busca por condições financeiras mais atrativas não são os únicos motivos de emigração dos portugueses, mas são certamente o motivo mais comum, pelo que deveria requerer especial atenção dos nossos decisores políticos.