Assim nasceu, nos princípios dos anos 20, uma das bandas filarmónicas mais prestigiada de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Banda de Música de Sanguinhedo, que mais do que difundir o conhecimento musical de um povo, leva, acima de tudo, o nome da pacata aldeia Sanguinhedo a todos os cantos do país, bem como para o resto do mundo.
Ao longo dos seus 100 anos de história, a banda passou por várias dificuldades e fortes reformulações, pelo que, atualmente, se encontra associada não apenas a uma associação que promove a música, mas também a atividade desportiva.
“No passado, a banda era só para os músicos, mas a partir do momento que abrimos uma associação, passou a ser de toda a comunidade, daí que qualquer pessoa possa ser associada, impulsionando novas dinâmicas e outras inovações”, explica o presidente da associação, José Costa.
Desta forma, com a dificuldade acrescida de fixar e atrair jovens para a música filarmónica, bem como para a região, as ações desportivas, realizadas ao longo do ano, nomeadamente, o BTT e o futsal, permitem que a Banda de Sanguinhedo conte com membros jovens.
A banda conta, neste momento, com uma média de idades a rondar os 15 ou 16 anos, num total de 45 elementos, pelo que existe a preocupação, por parte da associação, dentro da componente musical, de atuar na formação e na educação dos membros mais novos.
Numa banda em que o género feminino está representado na maioria, em que os pais acompanham o percurso musical dos filhos, em que o membro mais novo tem apenas sete anos, e a média de idades é tão jovem, a banda conta com o apoio da escola de música, sediada também ela na aldeia.
“A escola de música funciona na casa do povo. O facto de contar com várias salas, achou-se ser o local exato para esta atividade. Contamos todos os dias com quatro professores, mais a maestrina, de forma a proporcionar uma aprendizagem personalizada de acordo com as capacidades da criança quer em aspetos teóricos quer relativamente à parte instrumental”, conta à VTM, José Costa.
Neste momento, a Banda de Música de Sanguinhedo, juntamente com as outras atividades relacionadas, ambiciona melhorar as condições das infraestruturas da sua sede. Esta funciona na casa do povo, na qual se realizam os ensaios e funcionam os assuntos administrativos, o arquivo e a escola. No entanto, segundo o presidente, estas infraestruturas não são suficientes, pelo que pretendem criar outras condições, dando vida à antiga escola primária da aldeia, transformando esse espaço numa sede com todas as valências, para o qual esperam mais cooperação por parte da junta de freguesia e o contínuo apoio da Câmara Municipal de Vila Real.
Esta banda, de sopro e percussão tem sido muito solicitada a atuar, sobretudo, no verão, em eventos e romarias não apenas nacionais, mas também internacionais, onde a sua qualidade e talento têm sido reconhecidos. No entanto, José Costa refere que é necessária uma maior aposta no conhecimento e atuação musical, pelos quais têm lutado através da formação de músicos que tem sido feita, para participarem em concursos a longo prazo.
Aspirando atingir outros mundos e outras realidades, é objetivo da associação não só renovar o espaço da escola primária, como atuar na área social, prestando apoios aos idosos, de forma a promover o convívio das gerações mais velhas com as mais novas, e o envelhecimento ativo da população.