Segunda-feira, 13 de Janeiro de 2025
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Espaço Cultural alternativo para uma “imensa minoria”

É uma das casas da cidade dominadas pela música, que oferece a mais de seis mil sócios de diferentes idades uma dinâmica cultural mais “alternativa, arrojada e fora dos outros mercados”. Os espetáculos internacionais não faltam e, de momento, o Club de Vila Real espera afirmar-se no panorama cultural da cidade e não só

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Há 122 anos que o Club de Vila Real tem uma forte presença cultural na cidade, intensificada desde há quase cinco anos, estando mais aberto do que nunca a todo e qualquer tipo de público que queira fazer parte de uma dinâmica diferente, mais alternativa, e que está disponível durante todo o ano.

Quando surgiu, começou por ser uma casa elitista, frequentada pelas classes mais abastadas da cidade. Atualmente, o cenário é completamente diferente, sendo este espaço, situado na Avenida Carvalho Araújo, frequentado por mais de seis mil sócios de diferentes gerações, desde estudantes a visitantes da região.

“Estamos num nicho cultural dedicado a uma imensa minoria. Achamos que é um espaço obrigatório pelo facto de ofereceruma alternativa às pessoas que não se identificam com espetáculos mais comerciais. Estamos fora do conceito ‘mainstream’, ou seja, daquilo que está na moda e arrasta multidões”, explicou Mário Pinto, responsável pelo Club de Vila Real.

A música acabou por tomar conta da programação deste local, que chega a contemplar uma média de quinze concertos por mês, grande parte deles protagonizados por músicos internacionais. As paredes são impressionantes contadoras de histórias, com centenas de cartazes afixados, alusivos aos artistas que já lá deram espetáculo. A particularidade é a variedade dos géneros, que podem ser rock, punk, folk, jazz ou fado, o que acaba por “exigir alguma atenção por parte das pessoas”. O club chegou também a receber peças de teatro, estreias, lançamentos de livros e diversas oficinas. Desta forma, o que melhor sabem fazer é “cooperar com outras entidades e parceiros, até porque não há margem financeira para alargar muito”.

“Quem frequenta o Club de Vila Real normalmente são pessoas que estão mais culturalmente ativas e despertas; que podem influenciar a mudança social. Os concertos são de qualidade superior e temos tido cada vez mais bandas que estão no circuito europeu, que passam apenas por Lisboa e Vila Real”, constatou o mesmo responsável, acrescentando que é muito simples ser sócio: basta dar os dados à entrada e pagar a quota referente ao mês que se frequenta. “A nossa oferta é clara, alternativa e fora dos outros mercados. Somos falados pelos músicos e esta vertente europeia tem crescido a olhos vistos”, frisou.

 

“Despertar a cidade para o nosso trabalho”

Neste momento, o principal objetivo do club vila-realense é ser reconhecido como um dos “campeões” na oferta de uma atividade cultural alternativa, “mais arrojada e experimentalista”. Contudo, apesar de estar na linha da frente da dinâmica portuguesa, este espaço enfrenta algumas dificuldades, tais como, um fundo de maneio muito limitado e o desconhecimento por parte de algumas pessoas da importância deste trabalho para a oferta cultural de Vila Real.

“Tem sido difícil entrar na estrutura da cidade. Ainda não conseguimos que algumas instituições e a população compreenda o trabalho que aqui fazemos e como é importante para a oferta cultural de Vila Real. As pessoas tendem a procurar coisas mais comerciais. No fundo, tentamos abrir mentalidades”, disse Mário Pinto, que pretende continuar este trabalho, sensibilizando cada vez mais os visitantes a despertar para atividades mais alternativas.

O mesmo responsável alerta para a urgência de se compreender o significado de “oferta cultural”, que demasiadas vezes é confundido com simples divertimento. “Acho que devemos ter uma estrutura cultural que se valorize, para que tenhamos orgulho da nossa oferta cultural”, concluiu Mário Pinto. Apesar deste “estar em desvantagem em relação a todos os outros organismos culturais de Vila Real”, será uma questão de tempo até o club “dar um salto” e se afirmar solidamente no panorama cultural.

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