Sábado, 25 de Janeiro de 2025
No menu items!

Mais de três décadas passadas a correr

Há mais de 35 anos que o Grupo Desportivo e Recreativo da Ferraria, em Sedielos, Peso da Régua, se dedica exclusivamente à prática desportiva, nomeadamente, ao atletismo, sendo já tradicional o “Grande Prémio de Atletismo da Ferraria”. Nos dias de hoje, a luta pela associação “não está fácil”

- Advertisement -

Tudo começou pelo amor ao desporto, mais concretamente pelo sonho do futebol. Mas, no caminho da concretização desse objetivo, “que estava difícil devido à falta de ajudas”, surgiu a oportunidade de enveredar pelo atletismo. Assim, nasceu o Grupo Desportivo e Recreativo da Ferraria, a 30 de março de 1975, tendo sido feita a sua legalização a 20 de outubro de 1980. Encontra-se filiado na Associação de Atletismo de Vila Real e na Federação Portuguesa de Atletismo.

Ao longo de mais de 35 anos de atividade desportiva, os seus atletas, de idades compreendidas entre os 6 e os 18 anos, participaram em diversos campeonatos nacionais de atletismo, fizeram parte de diversas seleções regionais e entraram ainda em provas internacionais. A sua sede social situa-se na povoação da Ferraria, freguesia de Sedielos, no concelho de Peso da Régua.

Henrique Silva Coutinho, presidente da coletividade, relembra que no decorrer daquela década, “ainda não existia uma associação de atletismo, só havia a Direção Geral dos Desportos”, que lhes endereçou o convite de organizar uma prova de atletismo na região. “Nessa altura havia bastante juventude por aqui, rapazes e raparigas. Fizemos essa competição numa estrada que havia num monte aqui perto”, contou, acrescentando que, mais tarde, ficaram conhecidos como o Núcleo de Atletismo da Direção Geral dos Desportos.

O acontecimento principal que este grupo anualmente realiza, e que se repete há já trinta e um anos no verão, é uma prova denominada “Grande Prémio de Atletismo da Ferraria – Sedielos”, uma competição aberta a atletas federados e não-federados, dos diversos escalões, são eles benjamins, infantis, iniciados, juvenis, juniores, seniores e veteranos, que atravessam um percurso diferenciado na luta pelo pódio.

“Atualmente temos cerca de 20 atletas. Temos todos os escalões, menos os seniores, e há cada vez mais miúdos interessados neste desporto. Ganhámos imensas provas e já tivemos atletas de todo o lado a correr por nós”, disse o responsável, orgulhoso, enquanto mostrava as dezenas de prémios que decoravam a sede, na companhia de Alfredo Monteiro e José Carlos Vieira, membros da associação.

“Precisamos urgentemente de mais apoios”

Neste momento, o Grupo Desportivo e Recreativo da Ferraria atravessa uma fase menos boa, marcada sobretudo pela “falta de ajudas e apoios monetários”, que começam a “colocar a organização do Grande Prémio e o próprio clube em causa”.

“Isto já correu muito bem, mas agora a junta de freguesia e o município reduziram-nos o apoio, que tanto precisamos para conseguir fazer a associação sobreviver. É pena deixar isto morrer desta forma”, disse o presidente da coletividade, que luta pela atividade do grupo desde a sua fundação, lembrando que chegou a “vir direto do trabalho para aquele espaço, pegar na enxada na mão e endireitado grande parte do terreno, contando com a ajuda dos colegas apenas nos fins de semana”.

Segundo o mesmo, há 30 anos a vida estava melhor, “havia mais dinheiro, as pessoas pagavam e ajudavam-se umas às outras”, chegando esta associação, que se dedica exclusivamente à prática desportiva, a somar mais de 300 sócios. Atualmente, o número ronda os 40 ou 50. Os últimos três anos foram marcados pelas dificuldades monetárias, onde se sentiram mais as despesas, visto que o grupo garante “a alimentação dos miúdos quando se deslocam para participar em provas, assim como o seu transporte”.

“Tenho medo que a nossa atividade acabe. É bom para os miúdos e para toda a gente. É preferível andar a praticar um desporto do que andar por aí a fazer asneiras. Já experimentamos fazer outros eventos mas as pessoas não aderiram muito”, concordou Alfredo Monteiro, acrescentando que o clube merece “um futuro risonho”.

PUB

APOIE O NOSSO TRABALHO. APOIE O JORNALISMO DE PROXIMIDADE.

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo regional e de proximidade. O acesso à maioria das notícias da VTM (ainda) é livre, mas não é gratuito, o jornalismo custa dinheiro e exige investimento. Esta contribuição é uma forma de apoiar de forma direta A Voz de Trás-os-Montes e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente e de proximidade, mas não só. É continuar a informar apesar de todas as contingências do confinamento, sem termos parado um único dia.

Contribua com um donativo!

Artigos relacionados

Mais lidas