“A comunicação social tem um papel fundamental. Nunca é demais falar sobre cancro da mama, porque quanto mais as pessoas souberem, quanto mais ficarem atentas, mais cedo são feitos os diagnósticos e numa fase inicial”, acrescentou Alda Claudino, enfermeira e presidente desta associação, que foi a entidade convidada do terceiro episódio do podcast.
Apesar de haver mais informação, Alda Claudino não esconde que, “às vezes, as pessoas não vão ao médico com medo daquilo que podem descobrir”. Daí que os órgãos de comunicação social sejam “mesmo muito importantes, porque, além de informar, também educam a população. No caso do cancro da mama, ajudam a alertar e a sensibilizar a população para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce”.
“Os órgãos de comunicação social são mesmo importantes, porque além de informar, também educam a população”
Alda Claudino
Confrontada com o facto de, no interior do país, existirem cada vez menos órgãos de comunicação social, Alda Claudino mostra-se preocupada porque “há situações que acabam por passar em branco. É uma perda para a sociedade, sem dúvida alguma”.
“Somos um interior geograficamente disperso e isolado e chegar a essas pessoas, às vezes, não é fácil, por isso a comunicação social é importante para nós, sobretudo a local, porque nos ajuda a divulgar as nossas atividades e o nosso trabalho, de forma a que chegue ao maior número de pessoas possível”.
Em jeito de conclusão, Fátima Dias destacou que “a função meritória da comunicação social é a de mostrar à sociedade coisas que muitas vezes estão escondidas”, lamentando, contudo, que “muitos casos só se resolvem quando se faz notícia sobre isso”.
ASSOCIAÇÃO
Formalmente constituída em 2019, a Associação Borboletas aos Montes surgiu pelas mãos da equipa de enfermagem da unidade da mama do Hospital de Vila Real, que verificou lacunas no acesso a informação e a ajudas técnicas por parte das utentes.
“A função meritória da comunicação social é a de mostrar à sociedade coisas que muitas vezes estão escondidas”
Fátima Dias
São sobretudo mulheres diagnosticadas com cancro da mama que a associação ajuda, de várias formas, disponibilizando lenços, gorros, perucas, cremes, serviços de cabeleireiro, beleza e massagens.
Alda Claudino não sabe quantas pessoas já apoiaram desde então, porque “apoiamos todas as pessoas que são operadas ao cancro da mama, dando uma média de 200 por ano”.
Com dois espaços em Vila Real, e mais de 50 voluntárias, o objetivo de Alda Claudino passa por ter um espaço físico em Mondim de Basto e outro em Chaves, juntando aos dois existentes em Vila Real, um no hospital e outro no Miracorgo.