Quarta-feira, 4 de Dezembro de 2024
No menu items!

Livro desvenda “mistérios lendários” do concelho

Mistérios e inquietações do sobrenatural que correm, de geração em geração, nos mitos e lendas do concelho de S. João da Pesqueira estão agora em livro, da autoria do escritor e etnólogo Alexandre Parafita, publicado pela editora Zéfiro.

-PUB-

A obra, com o título “S. João da Pesqueira – Património Imaterial: linguagem, lendas e mitos”, resultou da investigação realizada no âmbito do Centro de Estudos de Letras da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a que o autor pertence. Viajando pelas aldeias do concelho, foram alvo de recolha e estudo memórias históricas e simbólicas, saberes ancestrais, marcas de religiosidade, narrações de batalhas entre mouros e cristãos.

É possível encontrar nesta publicação registos lendários de almas penadas que se manifestam “ruidosamente” no cemitério, um monge que salvou uma criança órfã de três meses amamentando-a pelos seus próprios mamilos, a mão do morto roubada no cemitério e usada como talismã pelos criminosos, o demónio saltitão que deixou as garras gravadas nos penedos, o lobisomem que em vez que cavalgar voava sobre o rio Douro percorrendo sete paróquias numa hora, uma aldeia que mudou de lugar para fugir às invasões de gafanhotos e formigas, a história de um monge escultor que lançando um relicário ao mar tenebroso acalmou as águas e os ventos livrando do naufrágio os peregrinos de Jerusalém, um alcaide mouro que cobrava como imposto, em cada ano, a mais formosa donzela das redondezas. Marcante é também a história de Frei Baltasar da Piedade, que viveu em clausura do Convento de S. João da Pesqueira até aos 112 anos e que, adoecendo com 11 anos de idade, foi dado como morto e sepultado, tendo sido desenterrado vivo dias depois, “apenas apresentando fraturas de uma perna e costela provocadas pela enxada do coveiro”.

A obra aborda, ainda, entre as muitas narrações, o segredo da ascendência moura dos Távoras, assim como a saga do temerário Conde de S. João que aterrorizou as populações raianas da Galiza, e também a lenda de Dona Antónia (a célebre “Ferreirinha”) que se salvou do naufrágio no Cachão da Valeira graças à saia de balão que usava, e que viu afundar-se o Barão de Forrester devido ao peso de um cinto que levava cheio de moedas de ouro.

APOIE O NOSSO TRABALHO. APOIE O JORNALISMO DE PROXIMIDADE.

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo regional e de proximidade. O acesso à maioria das notícias da VTM (ainda) é livre, mas não é gratuito, o jornalismo custa dinheiro e exige investimento. Esta contribuição é uma forma de apoiar de forma direta A Voz de Trás-os-Montes e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente e de proximidade, mas não só. É continuar a informar apesar de todas as contingências do confinamento, sem termos parado um único dia.

Contribua com um donativo!

VÍDEOS

Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS