“A cidade mudou e os sistemas mantêm-se, sem estudo, sem estruturação ou respostas às necessidades e foi um pouco isso que eu senti: a espera pelo autocarro, as paragens, algumas sem grandes condições para as pessoas”, afirmou o candidato da coligação “Vila Real à Frente”, após o percurso feito na linha n.º 1, entre a Araucária e o hospital.
Na zona do hospital, também devido às obras, o autocarro para antes da unidade hospitalar, obrigando os utentes a um percurso a pé.
“Era um pouco esse o sentimento que queríamos provar, comprovar, das dificuldades que o nosso transporte público atualmente tem. Desde 2012 que as linhas precisavam de remodelação, de ser repensadas e, desde 2012 até agora, nada foi feito”, salientou.
Por isso, acrescentou, antes da “gratuitidade do transporte público” que é defendida pela coligação ‘Vila Real à Frente’, há “uma necessidade de repensar as linhas, olhar bem para a necessidade das pessoas que não têm condições e têm de esperar à chuva, ao frio, em muitas paragens”.
Luis Tão disse ver o transporte público “integrado num sistema de mobilidade inclusivo que tem que estar ligado a outras soluções como a bicicleta elétrica ou a trotinete”.
Questionado sobre a nova concessão dos transportes públicos, que o presidente da câmara e recandidato, Rui Santos (PS), já disse que arranca em janeiro, o cabeça de lista pela coligação considerou que é uma solução “tardia e insuficiente”.
Luís Tão afirmou não ter dúvidas que, mais cedo ou mais tarde, Vila Real vai caminhar para a gratuitidade do transporte e frisou que gostaria “que fosse mais cedo”.
“Não há maneira melhor de incentivar o uso do transporte público do que a sua gratuitidade. A implicação que tem no trânsito, no bolso das pessoas ao fim do mês, a própria implicação que tem na sustentabilidade ambiental e na habitação”, frisou.
O candidato apontou a “pressão muito grande” que existe na cidade, tanto no arrendamento como na aquisição de habitação, o que tem elevado os preços a “valores incomportáveis”.
“A própria perspetiva do transporte público pode alargar a procura de casas para fora do perímetro da cidade e isso pode ser um incentivo para baixar os preços e para valorizar as freguesias que também precisam de população. Portanto, é uma medida transversal com resultados em diversos campos”, sublinhou.
Aproveitando o exemplo do hospital, onde o autocarro não pode ir agora devido à intervenção na envolvente, o candidato criticou a “falta de planeamento nas obras” em Vila Real.
“Nas obras que têm sido feitas não se pensou nas pessoas, mas nas eleições apenas”, frisou.
Os candidatos à Câmara de Vila Real nas eleições autárquicas do dia 26 são o presidente da câmara, Rui Santos (PS), Luís Tão (PSD/CDS-PP/Aliança), Luís Santos (BE), Alexandre Coelho (CDU) e Sérgio Ramos (Chega).