José Gomes Laranjo, presidente da Associação Portuguesa da Castanha (RefCast), com sede em Vila Real, disse hoje à agência Lusa que a luta biológica foi reforçada em 2021 depois de, em 2020, terem sido realizadas apenas cerca de 400 largadas devido à crise pandémica.
O também investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) referiu que o plano está a ser concretizado no âmbito do protocolo Biovespa e decorre entre os finais dos meses de abril e de maio.
A denominada luta biológica envolve a Refcast, produtores, autarquias e os serviços do Ministério da Agricultura, e está, neste momento, centrado nas comissões concelhias que apontam as necessidades e concretizam as largadas.
Serão, segundo o responsável, realizadas 953 largadas do parasitóides ‘Torymus sinensis’, insetos que se alimentam das larvas que estão nas árvores e são capazes de exterminar a vespa, em 85 concelhos do continente, essencialmente entre o Norte e o Centro, e quatro da Madeira.
José Gomes Laranjo lembrou que “este não é um problema de um produtor individual, mas de uma região, dado este tipo de praga e o tipo de tratamento que está a ser feito”.
A vespa das galhas do castanheiro está a assolar os soutos e ameaça a produção de castanha que é fonte de rendimento para muitas famílias. A sua dispersão já era esperada quando foi detetado o primeiro foco de infestação em território nacional, em 2014.
Desde 2016, no âmbito do Biovespa, foram realizadas 2.500 largadas em 104 concelhos.
O financiamento das largadas é feito pelos municípios que, segundo José Gomes Laranjo, até este ano, já investiram “perto de 800 mil euros”.