Aí se prepararam para a vida alguns milhares de jovens. Uns ordenaram-se e foram colocados ao serviço das Paróquias. Outros saíram preparados para prosseguirem outros destinos.
Oficialmente abriu as suas portas aos primeiros alunos, em 23 de outubro de 1930. Nesse 1º ano entrou uma turma de 21 instruendos. Por ordem alfabética foi Abel da Silva Pinheiro Júnior, natural de Montalegre. Tive o gosto de o conhecer como distinto funcionário público em S. João da Madeira. O nº 2 chamou-se António Barroso de Oliveira, de Carrazedo de Montenegro que tive como professor. A ele se ficou a dever o volume com a história real do Seminário até ao seu tempo. Depois houve outros seminaristas, como Altino Moreira Cardoso que fez uma síntese muito prática a que chamou «Seminário de Diamante». Os Irmãos Parente foram (e são) duas colunas firmes da intelectualidade, com obras imorredouras que afirmam a alta qualidade científica dos seus saberes. Mons. Ângelo Minhava, a trave mestra desse enorme edifício que ainda ficou em obras quando abriu portas. Outras três traves da endoculturação foram os três bispos, ainda vivos, nascidos na diocese e dela dando testemunhos vivo em Roma, em Setúbal (D. Gilberto Reis), D. Amândio Tomás (Vila Real) e D. António Marto (Leiria-Fátima). António Cabral, os Irmãos Vilela, e tantos outros que honraram essa Instituição, por onde passaram.
José Dias Baptista, da Vila da Ponte (Montalegre), mais os manos Domingos e o Manuel, deixaram rasto positivo, na senda do saber feito do tio Padre Manuel Dias, que foi contemporâneo do Cardeal Cerejeira. É deste José Dias Baptista, privilegiado discípulo do grande António Cabral que falo hoje, expressamente. Acaba de publicar, em 192 páginas e em meia centena de episódios, uma espécie de diário da convivência de todos e de cada um. Os momentos altos e baixos, as facécias, as entradas clandestinas do fumeiro barrosão que deixava um cheiro de fazer água na boca. O rigor nos empréstimos dos chapéus para o teatro feminino na Escola Normal, os estalos dos prefeitos: Branco, José Manuel, Amador e Domingues; o «assalto» ao vinho do Porto do Pe. Bernardino, a disciplina…
Há de tudo nestas páginas de ler e reler.
O livro era para ser apresentado dia 19 deste mês, durante o Convívio anual. Mas esse 3º domingo de maio será destinado a homenagear o inesquecível Mons. Ângelo Minhava. Lá estaremos quantos puderem estar nesse ato, na Senhora da Conceição, no almoço no Seminário e, depois, na Assembleia Geral.
Do Memorial falaremos mais tarde. Lá nos abraçaremos porque este companheirismo vale mais do que muito máfia e snobismo social que nos fustigam o corpo e a alma.