Dessa investigação resultou uma decisão científica na qual se afirma que João Rodrigues Cabrilho nasceu no lugar da Lapela, freguesia de Cabril, concelho de Montalegre.
Na sequência desse estudo e dessa conclusão o historiador beirão João Soares Tavares aprofundou aquela conclusão e, ao longo dos anos, continuo a visitar as fontes possíveis, factos que passaram a filmes (tanto mais que ele é cineasta) e historiador profissional; e sempre consolidou as probabilidades recolhidas pela Academia Portuguesa. Inclusivamente preparou e editou um filme e diversos livros da sua autoria, a convite da Câmara de Montalegre. Todos concluindo o que atrás se escreve. Na qualidade de colaborador do Jornal de Notícias, pude saber que, nos anos 80, dessa época, a vencedora do concurso destinado a escolher a miss anual, tinha como prémio, visitar o país e as origens do descobridor da Califórnia.
Como Barrosão alertei Carvalho de Moura, Presidente da Câmara, que imediatamente convidou a Academia Portuguesa de História, que, por sua vez, destacou o Flaviense Doutor Montalvão Machado para aprofundar o caso. O burburinho serenou e a Câmara custeou o monumento fronteiriço no melhor espaço urbano da vila de Montalegre.
Dia 3 do corrente fez 480 anos que faleceu, na Alta Califórnia, com o nome de João Rodrigues Cabrilho.
Montalegre não comemorou a morte do maior herói que invoca (e bem) sempre que exalta as suas mais destacadas figuras humanas. Não foi invocado pelo concelho onde nasceu, nem o distrito, nem a Província, nem o País.
Como Barrosão e Transmontano e, ainda como jornalista que na altura propôs à Câmara de Montalegre que obtivesse, da Academia Portuguesa de História, o parecer científico sobre o país de nascimento, uma vez confirmada sua naturalidade no lugar da Lapela, freguesia do concelho de Montalegre, lamento que nem a autarquia, nem o ministério da Cultura, nem o País, nem a Lusa tenham valorizado esta efeméride nacional.
Saúde-se o Diário de Notícias desse dia que deu cobertura em toda a página 13, assinada por Paulo M.J. Afonso*, com um relato científico, ilustrado com um monumento alusivo ao herói da frota de três navios, pertença de Alvarado-Mendonça.
*Paulo M.J. é astrofísico português residente nos Estados Unidos (Califórnia), professor de astronomia e investigador de história e cartografia