As sugestões são do grupo de trabalho criado pelo Governo em 2018, que avaliou os problemas do ensino da Matemática em Portugal, analisou o modelo em vigor (definido no mandato do ex-ministro Nuno Crato) e desenhou propostas de alteração que vão estar em discussão pública até setembro.
Entre os motivos para a revisão do ensino da matemática está o insucesso – um em cada três estudantes termina o 9.º ano com negativa à disciplina – e o facto de muitos jovens desistirem de seguir as áreas das ciências por causa da Matemática.
Entre as propostas do grupo de trabalho composto por matemáticos, professores e especialistas em educação surge a ideia de uma “Matemática para todos”, ou seja, que esteja “ao alcance de todos”, onde os “formalismos e os níveis de abstração excessivos deverão ser evitados”.
Outra das “ideias inovadoras do currículo” é o de as escolas terem uma “Matemática para a cidadania”, até porque os alunos devem ter “ferramentas de análise dos processos sociais que estão na base do exercício de uma cidadania ativa”.
Nesse sentido, as aprendizagens essenciais devem introduzir temas como os “modelos e processos eleitorais”, “a análise de modelos financeiros” assim como valorizar o desenvolvimento da “literacia estatística”.
Sobre a literacia financeira, os autores da proposta salientam a importância de os alunos serem capazes de usar a matemática em matérias como os salários, impostos, descontos ou promoções.
“Valorizar o pensamento computacional” é outra das “ideias inovadoras do currículo”, segundo os documentos do grupo de trabalho que apresentou diferentes propostas para a disciplina de Matemática A (destinada aos alunos dos cursos de Ciências e Tecnologia e aos de Ciências Socioeconómicas), Matemática B (para Artes Visuais) e Matemática dos cursos profissionais.