Sabemos qual é a principal razão: a maioria dos casais que pedem o matrimónio e a maioria das pessoas que participam nos casamentos não tem vida de Igreja. Daí que já não se sabe rezar e participar dignamente numa missa, não se tem piedade e reverência diante de Deus e o casamento seja um espetáculo como outro qualquer, mas não é.
Um casamento na Igreja implica que as pessoas se apresentem com dignidade e respeito. Não se deve estar diante de Deus e numa Eucaristia de qualquer maneira. Mas, pelos vistos, Deus pouco importa. Dia de casamento está-se a tornar dia para dar nas vistas, exibicionismo, mostrar sensualidade, expor um vestido glamoroso, alguns a tocar a indecência, e uma maquilhagem arrebatadora ou um penteado estrondoso. Valores fúteis. Deve imperar a boa apresentação, mas a frivolidade é dispensável.
Depois, destaca-se a atitude e o espírito com que se está na celebração. É pouco notória uma atitude humilde, reverente e compassiva diante de Deus. Pelo contrário, reina a distração, o alheamento e o desinteresse, a aridez espiritual. Poucos prestam atenção às leituras, às orações e ao rito matrimonial e eucarístico. Ao invés, as coisas engraçadinhas ou bizarrices que os noivos se lembraram de acrescentar merecem toda a atenção. Há muitos acrescentos que não têm sentido num matrimónio católico. Celebrar um casamento católico é louvor e encontro com Deus, é celebrar o amor, a bênção e a graça de Deus, a aliança de Cristo com a Igreja, abrir-se a Deus e aderir aos seus desígnios para a vida e a família, e não apenas «assistir» levianamente a um enlace ou a uma cena graciosa de dois noivos loucamente apaixonados.
Os coros escolhidos pelos noivos, na sua maioria, vêm para dar o seu espetáculo e não para ajudar a rezar e a celebrar a liturgia, porque é para isso que há música na liturgia. Muitos cânticos apresentados são inapropriados para a celebração de um matrimónio, porque não têm nada a ver com o espírito e a liturgia do mesmo, não têm raiz na Palavra de Deus e na fé cristã, são de origem pop ou rock e expressam um sentimentalismo vago e redundante, que não condiz com o verdadeiro espírito da celebração cristã.