Quinta-feira, 5 de Dezembro de 2024
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D. António Augusto Azevedo
D. António Augusto Azevedo
Bispo da Diocese de Vila Real

Natal, a luz que brilha no meio das trevas

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz” (Is.9,1).

Esta frase do profeta Isaías anuncia a experiência dos que esperaram e testemunharam a vinda do Messias. A partir de então e ao longo dos séculos, gerações de crentes não deixaram de celebrar o nascimento de Jesus, mesmo em tempos difíceis de guerra, fome ou doença. Neste ano de 2020, no meio de uma pandemia que tem afetado as nossas vidas, convido os amados diocesanos de Vila Real a celebrarem o Natal com mais fé e esperança, abrindo o coração à grande luz que é Jesus Cristo. 

Em muitos corações reina a angústia, em várias famílias paira a tristeza e outras começam a passar dificuldades materiais. Neste quadro preocupante, precisamos mais do que nunca da ajuda uns dos outros, para que este seja um Natal mais fraterno, próprio de irmãos que pertencem à mesma família humana e habitam o mesmo planeta, a nossa casa comum. A ajuda divina podemos descobri-la junto do presépio, contemplando a figura do Menino Jesus. Aí percebemos melhor que aquela criança é a imagem mais expressiva de um Deus que se fez próximo e assumiu as fragilidades da condição humana. Ele é o Emanuel, o Deus-connosco, e o seu nascimento significou o acender de uma luz de esperança para a humanidade. 

O meu desejo e a minha prece é que a verdadeira luz do Natal, Jesus Cristo, brilhe mais intensamente em todos os corações. Que brilhe no seio das famílias que perderam algum ente querido, vítima da Covid-19 ou outra doença, e também naquelas que não poderão estar juntas nesta quadra festiva. Manifesto a minha solidariedade para com os doentes e os idosos, sobretudo os que estão nos lares dos nossos Centros Sociais Paroquiais, Misericórdias ou de outras instituições. A todos eles, aos seus cuidadores e familiares, asseguro que estão sempre no nosso pensamento e que o Deus-Menino nunca os abandona. 

Aos mais jovens recordo que Jesus é o grande presente que recebemos do céu, a grande estrela que há-de continuar a guiar o vosso caminho. Aos emigrantes, aos que estão sós ou longe das suas famílias, auguro que sintam a companhia do Senhor, a presença que aquece e ilumina a nossa vida. 

Todas as famílias da diocese são convidadas a viver este Natal de modo mais espiritual. Apesar das limitações a respeitar, dos cuidados a não esquecer e até de algumas carências, seja uma oportunidade para saborear o verdadeiro sentido cristão desta festa. Que seja um Natal com menos plástico e mais vida, com menos exterioridade e mais interioridade, com menos aparências ou futilidades e mais gestos autênticos, menos centrado nas coisas e mais nas pessoas. Um Natal com menos iluminações, mas onde brilha mais forte a Luz do presépio, aquela cujo brilho não se extingue. Um Natal em que Cristo está presente. Como sinal desta vivência mais cristã do Natal, exorto cada família a iniciar a sua ceia da consoada com um momento de oração. 

Para todos invoco a intercessão de Maria, Nossa Senhora da Conceição, Padroeira da diocese de Vila Real, bem como a proteção de São José, no início deste ano a ele dedicado. Ambos, Maria e José, que viveram intensamente o primeiro Natal e souberam acolher o Menino Jesus oferecendo-o como o grande dom de Deus para toda a humanidade, nos ensinem o verdadeiro espírito do Natal. 

O Menino Jesus nascido em Belém conceda a todos muita saúde, vida, alegria e paz. Votos de Santo e Feliz Natal.

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