Seja para prendas mais dispendiosas ou pequenas lembranças, o comércio local do centro da cidade ainda é a opção de muitos flavienses. E nem todos deixam os presentes para a véspera do Natal.
Fátima Ventura tem uma loja com produtos tradicionais, mesmo na entrada da Ponte Romana, e explica que as pessoas optam bastante por comprar estes artigos. “As nozes, o mel, as compotas estão sempre a sair, principalmente para oferta”, conta. “É uma lembrança que fica sempre bonita”, refere.
“Mais do que para prendas, as pessoas procuram roupa para usar em jantares e nas festas”
Sara Pereira
As compras de Natal já começaram desde o início do mês, mas vão aumentando com a aproximação do dia de trocar as prendas. “Muita gente já fez compras, mais perto do Natal também há muitos turistas e emigrantes que regressam. Os espanhóis também vêm muito, mas procuram mais o bacalhau”, refere. Ainda assim acredita que as pessoas compram em menor quantidade.
“O ano passado gastavam mais, este ano não, procuram poupar um pouco, porque as coisas estão muito caras e optam mesmo por oferecer só umas lembranças”, afirma.
Também numa loja na rua do Tabolado, a procura por prendas já começou há algum tempo. “Cada vez se nota mais, de ano para ano, que as pessoas antecipam as compras de Natal, para não deixar tudo para a mesma altura”, refere Dalila Teixeira. Para esta lojista apenas os “presentes de circunstância ficam mais para a última hora, mas os essenciais as pessoas começam logo cedo e têm mais preocupação com esses”.
PRESENTES
Numa loja que vende joias, relógios, malas e calçado, a gerente assume que esta é a melhor época de vendas. “Dezembro é o nosso melhor mês, nós não vendemos bens essenciais, vendemos produtos que são mais usuais oferecer nas épocas festivas, além dos aniversários, o Natal é sempre a época festiva mais forte, o que faz com que o nosso volume de vendas seja sempre superior nesta altura”. Apesar do aumento dos preços e da perda de poder de compra, ainda se valoriza a troca de prendas e há quem opte por oferecer menos quantidade e a menos pessoas. “Restringem o número de presentes, cada vez mais preferem dar presentes melhores a menos pessoas, às mais essenciais, mas a essas não deixam de dar”, frisa.
“Nesta época festiva, toda gente está a aderir à prendinha
de Natal para os mais pequenos”Carina Marques
Camila Teixeira tem uma loja de produtos regionais e diz que “o que se vende mais são licores, vinho, carteirinhas e cestas de vime, e outros produtos de artesanato, e mel de Trás-os-Montes”. Os artigos são essencialmente de produtores da região e são bastante procurados para oferecer, mas “mais nos últimos dias, em cima da hora”.
Responsável de uma loja de roupa no centro, Sara Pereira conta que as vendas aumentam nesta época, quer de artigos para oferecer, mas especialmente para as pessoas usarem nas festas. “Mais do que para prendas, as pessoas procuram roupa para usar em jantares e nas festas”, afirma. Mas sendo peças mais práticas, as pessoas também procuram “coisas mais acessíveis, como acessórios, gorros, ou peças em aço, mais para oferecer”. Aqui os clientes não estão a deixar as compras todas para os últimos dias.
“Mais perto do Natal também há muitos turistas e emigrantes que regressam”
Fátima Ventura
“Já começaram a fazer as compras, a partir da Black Friday, aproveitaram as promoções, que este ano também começaram mais cedo, para combater a falta de movimento”, destaca, mas há sempre gente que deixa para a última hora. “Temos essa esperança”, confessa, admitindo que esta é uma boa época para a loja. Desde a pandemia que nota alguma contenção por parte dos compradores, no entanto, garante que “as pessoas continuam a gostar do Natal, é sempre uma época especial, uma coisa ou outra oferece-se sempre, nem que seja de um valor simbólico”.
Numa loja com roupa infantil, a gerente Carina Marques está confiante numa boa época de vendas. “Temos roupa nacional e esperamos que as pessoas comprem um presente para as crianças. Na época festiva, toda gente está a aderir à prendinha de Natal para os mais pequenos”, afirma. “Nesta altura as pessoas compram mais para oferta”, optando muitas vezes por dar alguma peça mais prática. “A roupa é primordial, porque as crianças estão sempre a crescer. Acho que é uma boa opção para os pais”, afirma, referindo que já nota adesão de clientes para peças mais natalícias e para presentear as crianças, mas “normalmente, deixam mais para os últimos dias”.