Já no Salazarismo a Câmara de Montalegre guardava todos os centavos para satisfazer este sonho dos Barrosões: facilitar os acessos, encurtando distâncias. O troço de Montalegre a Chaves, pela estrada nacional: Gralhós, Barracão, Sapiãos, Casas Novas, Curalha tem o mesmíssimo traçado original. Envergonha os políticos todos que temos tido até hoje. E por cada mais um que chega ao poder, ganha votos a dizer mal do que sai e a prometer que a ligação de Montalegre a Chaves é promessa para cumprir. Só que essa promessa esbarra sempre com obstáculos que nenhum político ainda conseguiu derrubar.
Vão completar-se em Abril 42 anos sobre a revolução dos cravos. Já se fizeram estradas e auto-estradas, onde elas se dispensavam. Gastaram-se muitos milhões, quiçá biliões para que cada ministro das obras públicas deixasse lá a sua placa inaugural. Pois Montalegre teima em receber bem os membros do governo. Chegam em grupo quando veem às feiras promocionais. Levam sempre um no papo e outro no saco. Como o S. João das Chouriças, nome dado pelo padrinho da Feira, só começou desde que o PS está na Câmara, esta reprimenda ainda não atinge a oposição.
Mas há que punir as falsas promessas para ver se mudam o discurso.
Em qualquer outra região do país que estivesse bloqueada por falta de acessos como Montalegre, os tratores, as máquinas de terraplanagem e as bandeirinhas do costume já teriam barrado todos os acessos ao concelho. A EN 103 teima em martirizar quem sobe e quem desce. O piso é o mesmo do Estado novo. A 311 que foi feita pela engenharia militar, serve de atalho mas poucos o utilizam porque Braga é uma cidade de passagem obrigatória.
Como Montalegre é uma terra de gente ordeira e de cerviz fácil de vergar, os políticos teimam em isolar o concelho, somando desculpas e dando palmadinhas nas costas.
Os Barrosões estão mais ligados ao Minho do que a Vila Real. Raras são as famílias que não têm uma segunda habitação em Braga ou no Porto. Aí estudam, aí constituem família e adeus Barroso que vou p´ra Ribeira!
Cada um de nós deverá fazer os possíveis para não perder as ligações ao berço. E criar no exterior centros de apoio àqueles e àquelas que para esses centros se deslocarem.
Mas os poderes políticos: local, regional ou nacional devem ser severamente punidos no próximo ato eleitoral. Andam todos a brincar com um problema sério. E não têm desculpa.