Além disto tudo, este foi o mundial mais dispendioso e mortal de sempre.
Desde a existência desta competição, foi no Catar que houve mais mortes (mais de 500) na construção de estádios e no planeamento do evento, confirmadas pelos responsáveis da organização. Além desta tragédia, milhares de trabalhadores viveram sob péssimas condições de vida (baixo salário, pouca alimentação, horas e horas de trabalho em temperaturas elevadas), uma escravatura da era moderna.
Entre as figuras do universo desportivo que se manifestaram contra o Mundial do Qatar, destaca-se o antigo internacional francês Éric Cantona, não só pelo mediatismo que lhe é associado, mas também pela dureza das críticas. Efetivamente, afirmou que não se trata de um país com tradição futebolística, para além de constituir um atentado ecológico, dado o recurso ao ar condicionado nos estádios e, acima de tudo, devido à perda de vidas humanas.
Isto tudo começou em 2010, quando a FIFA foi a votações e o Catar convenceu a mesma para o grande evento se realizar no país.
Artistas como Dua Lipa, Shakira e Rod Stewart recusaram-se a atuar no show de abertura do Mundial como forma de protesto, pois o país proíbe o movimento LGBTQIA+. Um embaixador do Mundial no Catar afirmou que a homossexualidade é um distúrbio mental.
Esta frase foi mais um rastilho para as polémicas começadas mesmo antes do espetáculo futebolístico. Seleções como a da Alemanha protestaram na foto da equipa antes do jogo contra o Japão, tapando a boca com uma mão.
Outra polémica é o número de litros de água por dia: 10 mil litros de água diariamente em cada estádio. Localizado numa região com acesso escasso à água para consumo humano, a estratégia do Catar centra-se na dessalinização de água salgada, uma aposta com consequências drásticas para o ambiente, dado o recurso a combustíveis fósseis e o impacto na fauna e flora marinhas, devido aos químicos colocados na água para o processo.
Além destes valores, foi ainda criada uma reserva de emergência com 425 mil metros quadrados de relva – o equivalente a cerca de 40 campos de futebol – que está a ser desenvolvida em Doha e cujos dados de consumo de água não estão registados e talvez nem interesse divulgar.
Conteúdo produzido pelo Agrupamento de Escolas D. Sancho II.