No passado, foram várias os destinos sucessivamente anunciados por parte dos responsáveis do Município de Vila Real. Fins como a milionária demolição ou a instalação no local de uma unidade hospitalar foram não só pomposamente anunciados (à semelhança por exemplo do teleférico Vila Velha – UTAD) como até, no mesmo enfaticamente pendurados.
Apesar de cientes de que a resolução de um problema de tamanha envergadura não se compadece com o orçamento municipal, a actual equipa liderada pelo Eng.º Rui Santos, afirmou na Campanha Eleitoral ter grande expectativa que este problema, com mais de quarenta anos, seria resolvido durante este Mandato. Assumindo que seria sempre um parceiro na solução e nunca um entrave.
Sendo verdade que a resolução desta “nódoa negra” da cidade se fica a dever a um investidor privado que aí implementará um complexo habitacional, não deixa também de ser verdade que o papel da Autarquia, colocando nos últimos seis anos Vila Real no mapa e assim atraindo cada vez mais investidores nas mais diversas áreas, não pode de todo ser escamoteado.
Apesar de todas as dúvidas que vinham sendo levantadas pelos já habituais profectas do apocalipse, pese embora ser do conhecimento público que as fracções residenciais deste empreendimento se encontram há já alguns meses a ser comercializadas (segundo nos dizem, com boa aceitação), a instalação da grua nos últimos dias, marca de forma clara a concretização de mais este avanço para a cidade.
Numa atitude muito Portuguesa, tendemos sempre a desvalorizar os nossos pecados mas, neste caso, não há como escamotear: estamos perante o nosso “Prédio Coutinho” (Viana do Castelo), uma estrutura com quase 40 anos a que ninguém até hoje conseguiu conferir ou potenciar uma utilização, seja ela pública ou privada.
Sendo que, sem depauperar os cofres do Município foi possível encontrar uma solução que permitirá, também neste caso, trazer Vila Real para a modernidade.
Numa outra latitude, quando muitos parecem querer fazer dos transtornos que as intervenções de fundo aprovadas no âmbito do PEDU inevitavelmente trazem ao dia-a-dia de qualquer comunidade o seu único tema, registamos que a intervenção em curso em todo o quarteirão da Antiga Estação de Caminhos de Ferro decorre com toda a tranquilidade e, já agora, porque não salientar, a um óptimo ritmo.
Sendo espectável que nos próximos meses arranquem as intervenções no Mercado Municipal, na Av. Carvalho Araújo e na Rua Margarida Chaves, não temos dúvidas de que por certo serão encontradas as soluções tecnicamente possíveis para que elas decorram beliscando o mínimo todos nós e a um bom ritmo.
É a isto que estamos habituados pela conduta recente do Município de Vila Real uma vez que, em várias intervenções hoje já concluídas (lembremo-nos por exemplo da intervenção em Montezelos), quem cavalgou os naturais transtornos do decurso das obras, acabou tombado pelo feedback francamente positivo de todos os que hoje fruem as mesmas.
Temos, no entanto, uma certeza: quando todas elas estiverem concluídas, Vila Real estará de facto transformada e preparada para os próximos vinte anos. Na certeza de que a nova vida do “Hotel do Parque” marca também um verdadeiro virar de página na nossa vida colectiva.
O autor escreve segundoo antigo acordo ortográfico