A ideia da criação da diocese de Vila Real já vinha de longe. Mas lê-se no seu historial que em 20 de agosto de 1823 a Câmara Municipal e as pessoas mais influentes da cidade, apresentaram ao rei D. João VI um requerimento a solicitar a criação com a sua própria sé catedral, mais o seu cabido, separando-se de Braga e demarcando-se o novo bispado pelo Rio Tâmega. Essa vontade vila-realense correspondia ao desejo crescente, quando em 3 de janeiro de 1917, D. Manuel Vieira de Matos, arcebispo de Braga, entre 1915 e 1923 e que era natural de Poiares da Régua, apresentou na nunciatura apostólica de Lisboa uma proposta, a solicitar a criação de uma nova diocese em Portugal que correspondesse à configuração delimitada pelas caraterísticas do distrito. Consultados os Bispos de Bragança, D. José Leite de Faria e o de Lamego, D. Francisco de Vieira e Brito e obtido o voto consultivo dos cardeais da cúria romana, foi criada pelo papa Pio XI, a nova Diocese pela bula Apostólica Praedecessorum Nostrarum sollicitudo, de 20 de abril de 1922. Este despacho Papal aconteceu há um século.
O primeiro Bispo dessa nova diocese foi D. João Evangelista de Lida Vidal (1923-1933), sucedendo-lhe D. António Valente da Fonseca (1933-1967), D. António Cardoso Cunha (1967-1991), D. Joaquim Gonçalves (1991-2011) e D. Amândio José Tomás (2011-2019), ainda vivo, cedendo-lhe o atual D. António de Oliveira Azevedo. Entre 1964 -1966, ainda teve como bispo auxiliar D. António de Castro Xavier Monteiro. Diga-se que este historial onde bebo estes elementos não refere. Mas o Padre Dr. António Barroso de Oliveira Barroso, nos 50 anos do Seminário de Vila Real, na foto da página 39, na legenda da foto diz-se:
D. João Evangelista de Lima Vidal: tratou-se como Arcebispo-Bispo de Vila Real.
Não encontrámos em qualquer fonte a explicação para o não tratamento de «arquidiocese» a Vila Real, uma vez que o seu primeiro bispo desempenhou o bispado como titular dessa «arquidiocese», durante dez anos.
Seja como for, prometemos, enquanto ex-aluno, preservar na memória e na tradição este prédio que deverá ser consagrado, instituição de «interesse público». Assim foi reconhecido, na freguesia de Gralhas, o prédio onde, entre 1921 a 1923, funcionou o 1º seminário diocesano. Bom exemplo deu a Câmara de Montalegre.