Vamos ter um ano de muito debate e confronto político. Que os políticos saibam estar à altura da sua nobre missão e que a discussão política seja séria, exigente, esclarecedora, realista, motivante e elevada.
Não alinho facilmente no desporto nacional de censurar impiedosamente os políticos, como se tivessem de ter solução para tudo e sejam a causa de todos os males. Não deixam de ter as suas falhas e algumas condutas reprováveis, mas são merecedores do respeito do povo, porque se dedicam a proporcionar aos outros uma vida melhor, trabalham pelo progresso e desenvolvimento das suas terras e do seu país, procuram resolver problemas e dificuldades, protegem e acompanham as populações. Estar na política com sentido de missão e serviço aos outros é das mais belas e sublimes ações do ser humano.
Atualmente, algum discurso político está fortemente inquinado pelo populismo e pelo nacionalismo exacerbado, promotor de xenofobia e racismo. Um propõe soluções e caminhos simplórios para problemas complexos. A médio e longo prazo verifica-se que só resolve parte dos problemas e na maioria dos casos só os complica. Outro ressuscita os velhos egoísmos, que deixaram um rasto de divisionismo, conflito, confronto, destruição e desumanização do mundo. São venenos para os quais é preciso arranjar antidoto.
Os partidos políticos são pilares imprescindíveis na democracia. O seu fim último é servir o país, trabalhar pelo bem comum, pelo desenvolvimento e crescimento da sociedade. Jamais se devem pôr os interesses de um partido e seus filiados acima dos interesses do país. É preciso combater a partidarite. Os partidos não são agências de emprego. Mas, infelizmente, vemos muitos a engrossar as fileiras dos partidos para terem um emprego e não para incarnarem o espírito de serviço e de missão que se exige aos partidos políticos. As pessoas devem ser escolhidas pela sua formação, capacidade e competência, independentemente do partido a que pertençam, critério que nem sempre se pratica.