Portugal tem, cada vez mais, uma elevada diversidade cultural. Cerca de 800 mil estrangeiros residem em Portugal (considerando estrangeiros com estatuto legal de residente), tendo duplicado em 10 anos. O Brasil é o principal país de origem da imigração. Seguem-se países como o Reino Unido, Cabo Verde, Roménia ou Índia, por exemplo.
A imigração tem permitido evitar a queda da população residente nos últimos anos. Ou seja, apesar da população portuguesa residente em Portugal estar em queda (devido aos baixos níveis de natalidade e também devido à emigração), a imigração tem compensado essa redução populacional. Tem ainda um contributo importante para equilibrar a pirâmide etária, já que, segundo dados de 2022, 57% dos portugueses residentes têm entre 20 e 64 anos, enquanto a percentagem de residentes estrangeiros nesta faixa etária de população ativa é de 77%.
Estes números refletem-se também no aumento de trabalhadores estrangeiros por conta de outrem. Entre Janeiro de 2014 e Dezembro de 2023, o número de trabalhadores estrangeiros por conta de outrem, em Portugal, multiplicou por nove, passando de 52 mil para 504 mil.
Em Janeiro de 2014, os trabalhadores estrangeiros representavam 2,1% do total de trabalhadores em Portugal, ao passo que, em Dezembro de 2023, já eram 13,4% dos trabalhadores.
Os setores onde o peso da mão-de-obra estrangeira é superior são: agricultura e pesca (41% dos trabalhadores são estrangeiros), alojamento e restauração (31%), atividades administrativas (28%); e construção (23%).
As políticas de imigração têm sido alvo de amplo debate, mas é importante suportarmos a discussão com números e de forma fundamentada e racional, para evitar eventuais decisões que possam ter fortes repercussões indesejadas, nomeadamente na economia.