No entanto, esse “privilégio” não está ao alcance de uma parte significativa dos portugueses. Nem todas as pessoas têm a possibilidade de viajar e passar férias fora da sua residência habitual, seja no seu próprio país ou no estrangeiro. Portugal destaca-se pela negativa neste aspeto e é 7.º país europeu em que uma percentagem maior da população não tem capacidade para pagar uma semana de férias fora de casa (38% da população com 16 ou mais anos de idade).
Portugal compara-se principalmente com os países do leste e sul da Europa na incapacidade para usufruir de férias fora da residência, ou seja, os países de baixo rendimento no contexto europeu e menos competitivos em termos económicos.
Ligeiramente acima de Portugal, e a liderar esta lista (pela negativa), estão a Roménia (56% da sua população não consegue pagar uma semana de férias fora da sua residência), a Grécia (53%) e a Croácia (49%).
Em oposição ao contexto português, gozar de uma semana de férias não é um luxo para a maioria dos europeus. Na Suécia, Suíça e Noruega, por exemplo, esta oportunidade está ao alcance de mais de 90% da população.
Os resultados de vários estudos científicos têm mostrado que as férias oferecem efeitos positivos na saúde mental e física, contribuindo para o bem-estar geral de quem se afasta da agitação e das responsabilidades do trabalho e da rotina diária.
Importa relembrar, por isso, que Portugal é o país da UE em que mais pessoas sofrem de depressão crónica (12%), pelo que, até por este motivo, potenciar a prosperidade da população quebrando os obstáculos vigentes para alcançarem um maior bem-estar deveria estar no topo das nossas prioridades.