“Vamos trabalhar para que não possa suceder mais o que sucedeu este ano. Deve ser tudo feito para não voltar a acontecer e vamos trabalhar nisso”, afirmou na visita ao concelho que foi muito afetado pelos incêndios este ano.
No entanto, diz que há muitas coisas que devem ser mudadas mas “que levam tempo”.
Marcelo Rebelo de Sousa considera que tem de ser pensar como será o futuro a nível de planeamento florestal e chega à conclusão que “tem de ser outra floresta”.
Apontou várias necessidades e prioridades, como “melhorias que têm de ser introduzidas nos acessos rodoviários”, a necessidade de “todos fazerem a limpeza, não só as autarquias” e “tem de se ser muito prático em encontrar uma solução em que estejam todos de acordo e que funcionam” apesar das posições ideológicas.
No combate considera que “é preciso avaliar bem qual o risco” e “tentar montar dispositivos que permitam acorrer mais rapidamente ao combate”, valorizando a importância do primeiro combate.
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “esteve a acompanhar de muito perto o incêndio” que se iniciou a 18 de julho em Murça, conselho onde este ano arderam 7 mil hectares.
Acompanhado do ministro da Administração Interna, do presidente da câmara de Murça e de outros autarcas, Marcelo visitou Penabeice a aldeia que ficou cercada pelo fogo e onde morreram dois habitantes num acidente de viação a tentar sair da aldeia para fugir do incêndio.
O presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil anunciou um reforço dos meios de prevenção e em particular de combate aos fogos florestais e que haverá um encontro em Portugal para a nível europeu se olhar para os fogos florestais com outros olhos.
Na visita, o Presidente da República foi confrontado por dois populares.
“Andam a enganar os portugueses. Eu era pequenino, com 11 anos, e apagávamos os fogos com as mangas e com baldes. 40 anos depois é igual. O que andam a fazer o PS e o PSD? E o senhor presidente que está lá há tanto tempo, o que anda a fazer? O senhor fala muito bem, é muito educado, mas não faz nada. Cinco anos depois de Pedrógão não limparam a floresta, não fizeram nada. Eu sou emigrante e lá fora sinto-me triste, ao ver assim a minha região”, disse um dos populares.