Sábado, 14 de Dezembro de 2024
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“Precisamos de estratégias que invertam o despovoamento”

Entrevista ao cabeça de lista da AD | Hernâni Dias | professor | 56 anos

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Quais são as duas grandes prioridades que defendem para o distrito?
As duas grandes prioridades que defendemos são a melhoria da prestação dos cuidados de saúde aos cidadãos e o reforço do desenvolvimento económico e competitividade do território, áreas que entendo estratégicas para inverter o despovoamento e o envelhecimento populacional. Assim, é nosso desígnio criar as condições para a fixação e a atração de pessoas, nomeadamente jovens, e, naturalmente, a captação de mais investimento empresarial, por forma a serem criados novos postos de trabalho e riqueza.

O setor da saúde atravessa uma fase conturbada. Na região, o que poderá ser feito para ultrapassar esses desafios?
É inquestionável que a governação do Partido Socialista falhou em muitas áreas, a nível nacional e, de forma particular, no nosso distrito. Mas na área da saúde falhou redondamente.

O PS gastou mais 70% nesta área, face a 2015, o que até poderia ser positivo, não fossem os resultados aqueles que conhecemos.

As listas de espera cresceram exponencialmente. No distrito, à espera de uma consulta passámos de 7.696 doentes, no final de 2016, para 13.206 no final de 2022, representando um aumento de 71%. À espera de uma cirurgia, no final de 2016, estavam 1.752 doentes. Em 2022 esse valor já era de 2.529.

Em suma, o governo do Partido Socialista esbanjou o dinheiro que é de todos pois, hoje, a saúde no distrito e no país está muito pior do que estava em 2015, apesar do grande e reconhecido esforço de todos os profissionais de saúde.

Assim, a nossa prioridade é atrair novos médicos para o território, com incentivos à sua fixação, e investimento nas infraestruturas hospitalares para serem mais atrativas para os profissionais de saúde (diferenciação, formação, investigação) e concorrerem, também, para garantir, sem reservas, o acesso atempado e eficaz a cuidados de saúde dignos à população, recuperando os tempos de espera de consultas e cirurgias. Ainda nesta área, é imperioso reforçar a rede de unidades de apoio e tratamento de problemas relacionados com a saúde mental, sobretudo para os idosos. Promover o reforço da rede de VMER no distrito.

Quanto à ferrovia. Qual a melhor solução?
Tenho defendido, enquanto Presidente da Câmara Municipal de Bragança, que a melhor solução para a ferrovia, e aquela que melhor serve os interesses do país, é a ligação à alta velocidade via Trás-os-Montes.

Lamentavelmente, o Governo Socialista não apresentou a Bruxelas a proposta para que esta ligação fosse incluída no mapa das redes transeuropeias aprovado, em dezembro de 2023, pelo Conselho e Parlamento Europeus, por forma a garantir o necessário financiamento comunitário.

Essa decisão deixou a região mais afastada da dita coesão e valorização do território e acentua, ainda mais, as assimetrias regionais, negando, uma vez mais, o acesso ao desenvolvimento de um vasto território de baixa densidade e condenado ao abandono.

Relativamente aos impostos das barragens, qual a vossa posição?
A nossa aposição é muito clara. Defendemos que os municípios com barragem recuperem os impostos ao abrigo da exploração das barragens e respetivas ações de compra e venda. Mais uma vez, o Partido Socialista penalizou esta região, não sabemos se por negligência se por incompetência.

A perda de população continua a ser um grave problema do interior do país. Que medidas defendem para combater este flagelo?
Entre outras, há uma medida que entendo prioritária para alterar o paradigma atual, sendo fundamental a criação de uma nova categoria jurídica para o nosso território distrital e para todo o interior: a interioridade. A categoria referida “mexe” com tudo o que nos preocupa, desde a área fiscal, à economia, à saúde, à agricultura, à educação, aos transportes, à ação social, à justiça, à segurança, à proteção dos mais idosos e dos mais jovens, no sentido de fixar estes últimos, na nossa terra, com medidas fiscais atrativas, capazes de atrair novos investimentos e, consequentemente, criar mais riqueza e atrair e fixar novos residentes, evitando o efeito devastador do despovoamento galopante a que temos vindo a assistir.

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