O setor terciário, isto é, os serviços (incluindo o comércio), tem um peso cada vez maior na economia portuguesa, representando atualmente mais de três quartos do valor acrescentado bruto (VAB) total da economia portuguesa.
Em 1995, o setor terciário pesava 67% no valor acrescentado bruto total da economia portuguesa, sendo que 15% eram referentes ao comércio. Os setores primário e secundário representavam 33% do VAB, distribuído entre indústria (21%), construção (7%) e agricultura, silvicultura e pesca (5%).
De então para cá, o setor terciário tem vindo a ganhar preponderância (mais 9 pontos percentuais), representando, em 2020, 76% do VAB da economia portuguesa. Apesar desta evolução, o comércio perdeu 2 pontos percentuais entre 1995 e 2020 (13% do VAB em 2020). Por outro lado, houve um grande crescimento da preponderância das atividades imobiliárias, das atividades da saúde humana e das atividades jurídicas, de contabilidade, gestão, arquitetura, engenharia e atividades de ensaios e análises técnicas.
No mesmo período, o peso da indústria baixou 4 pontos percentuais, para 17% do VAB, e a construção baixou 2 pontos percentuais, para 5% do VAB. A título de exemplo, a indústria têxtil, do vestuário, do couro e dos produtos de couro, baixou de 4,5% para 2,2%. A agricultura, silvicultura e pesca viu o seu peso na economia cair para metade, de 5,4% para 2,5% do VAB. No seu conjunto, os setores primário e secundário representam atualmente 24% da economia portuguesa (menos 9 pontos percentuais do que há 25 anos atrás).
A menor relevância dos setores produtivos e industriais tem retirado diferenciação e competitividade a Portugal e impacta nos níveis de exportação. Num mercado global cada vez mais competitivo, a alteração da estrutura económica poderá justificar, em parte, a nossa evolução mais recente.