10 longos meses de um conflito no espaço europeu que poucos previam (apesar das ameaças e sinais de alerta já existentes anteriormente vindos do Kremlin). Algumas regiões ucranianas já estiveram durante este período sob domínio de um lado e do outro.
Após a retirada dos militares russos para a margem oriental do rio Dnipro em Kherson, a única capital regional ucraniana conquistada pela Rússia, os residentes da região que tinham estado sob domínio russo durante quase nove meses de guerra celebraram a sua libertação pelas tropas ucranianas.
A invasão ordenada por Putin tinha permitido ao exército russo assegurar ou avançar sobre um quinto do território ucraniano até março de 2022 e um quarto do território ucraniano no pico da invasão (até ao Verão), contando com as regiões sob o seu controlo antes de 24 de fevereiro (a Crimeia diretamente sob controlo russo e o Donbass na mão dos separatistas pró-russos).
No entanto, principalmente nos últimos meses, a Ucrânia tem vindo a recuperar grande parte do território invadido. De acordo com o Institute for the Study of War, a Ucrânia libertou até ao momento 63% (cerca de 75.000 quilómetros quadrados) do território invadido pelo exército russo desde o início da guerra, a 24 de Fevereiro, e quase metade de todo o território que chegou a estar ocupado pela Rússia (incluindo os territórios da Crimeia e partes do Donbass, para além do território invadido em 2022). A retirada russa da parte norte do país nas primeiras semanas de guerra e mais recentemente as contraofensivas do exército ucraniano no leste e no sul permitiram a Kiev recuperar 12% do seu território.
Se o início da guerra (ou “operação especial” como alguns preferem apelidar…) surpreendeu a maior parte do Ocidente, o término da mesma é igualmente uma incógnita. Uma guerra com inúmeros efeitos colaterais globais, desde a inflação, abastecimento de matérias primas, preços e reservas energéticas e outros impactos económicos que o mundo anseia por ultrapassar.