Quais são as duas grandes prioridades que defendem para o distrito?
Fundamentalmente, priorizar a coesão territorial implica criar um ciclo virtuoso, onde a valorização da nossa região é impulsionada pela presença ativa de pequenas e médias empresas. Este aumento da atividade empresarial ativa a criação de empregos e, simultaneamente, contribui para reter população, especialmente jovem. Além disso, é necessário apostar numa economia circular, na qual os nossos produtos são valorizados e reaproveitados. Para os jovens estudantes, entre outras, passa por colocar em prática a construção de residências já aprovadas.
O setor da saúde atravessa uma fase conturbada. Na região, o que poderá ser feito para ultrapassar esses desafios?
Na esfera da saúde é imperativo adotar uma abordagem centrada na proximidade, visando aprimorar a qualidade de vida dos idosos. Além disso, é essencial valorizar as carreiras dos profissionais de saúde, incentivando a sua permanência na nossa área. Por exemplo, garantir uma melhor distribuição geográfica de profissionais de saúde especializados em todas as regiões do país, através de suplementos salariais, incentivos fiscais ou apoio à habitação. Além disso, é imperativo reforçar respostas de proximidade às pessoas com doenças crónicas, aumentando a capacidade de cuidados continuados no próprio domicílio e expandir a rede de centros oncológicos em todas as regiões. Por outro lado, acredito que a prevenção é uma das chaves neste setor.
Quanto à ferrovia. Qual a melhor solução?
A posição do Livre é uma posição de cooperação. Quando chegar o momento vamos reunir com as pessoas e organismos envolventes, para discutir ideias viáveis e adequadas. Mantemos uma conduta que escuta as pessoas, tendo sempre presente os impactos ambientais e sociais. Mas é importante salientar que o LIVRE defende o Passe de Mobilidade Nacional com o objetivo de conectar todas as capitais de distrito, articuladas com outras redes de transportes públicos.
Relativamente aos impostos das barragens, qual a vossa posição?
A questão das barragens é sensível. Uma vez dada a sua existência, temos de assegurar a cobrança e liquidação dos impostos que sejam devidos pela operação de venda das barragens, e que a receita fiscal daí resultante seja usada em benefício das populações locais.
A perda de população continua a ser um grave problema do interior do país. Que medidas defendem para combater este flagelo?
Um dos maiores problemas que afeta o interior do país é a desertificação, criando assimetrias entre litoral e interior. As populações são “obrigadas” a deslocarem-se quando precisam de um serviço mais especializado e isso não quer dizer que não tenhamos capacidade de o fazer, significa simplesmente que não o temos. Cada vez mais o interior vive isolado, em solidão. Portanto: fixar e capacitar população nos territórios de baixa densidade através do aprofundamento das medidas de discriminação positiva; Reforçar a atração de investimento e assegurar benefícios fiscais e de empregabilidade a residentes, que permita a fixação de estudantes nas suas áreas de residência; Concretizar a regionalização no território continental, como garante essencial da coesão territorial, conforme previsto na Constituição da República Portuguesa; Garantir acesso fácil a serviços de primeira necessidade nas cidades médias e territórios de baixa densidade, reforçando as redes da educação, habitação, saúde, justiça e mobilidade de proximidade. Assegurar a existência de boa cobertura de redes de telecomunicações móveis em todo o território nacional; Definir e estabilizar um plano concreto de infraestruturas de transporte e investimento, no âmbito do Novo Pacto Verde e integrado com o PNPOT e que inclua um PNM, articulando as necessidades de todos os setores, tendo em conta as evoluções tecnológicas, demográficas e climáticas; Estimular as economias regionais, fomentando os mercados regionais e locais, promovendo o associativismo e a cooperação entre produtores. As pessoas precisam de pessoas e, por isso, vamos “arregaçar as mangas” para que seja possível devolver esperança às nossas gentes.