Quais são as duas grandes prioridades que defendem para o distrito?
Há, desde logo, um epicentro de preocupação, que são as pessoas. Há muito para fazer, o distrito foi esquecido nestes nove anos de governação Socialista.
Queremos resgatar o humanismo que reside na nossa base ideológica. Entendemos dar uma resposta social mais reforçada e uma cobertura de saúde condigna e eficaz.
Outro vetor prioritário é naturalmente o setor agrícola. Este é a força motriz do nosso território, que foi totalmente enfraquecido pela diretiva política do ministério, nos últimos anos. É para nós central, reposicionar uma valorização concreta a quem produz. Estamos comprometidos com a sustentabilidade dos produtores, isto é para nós uma intransigência. Se as coisas continuarem como estão as pessoas vão abandonar o setor e isso seria catastrófico. Estou em condições de afirmar, com base no contacto que tenho tido, que os agricultores do distrito sabem que na Aliança Democrática reside uma visão estratégica para o setor que condiz com os reais desafios.
O setor da saúde atravessa uma fase conturbada. Na região, o que poderá ser feito para ultrapassar esses desafios?
As respostas de saúde têm de cumprir o princípio constitucional da universalidade. O que não tem acontecido. A saúde no nosso distrito e no país está longe de chegar a todas pessoas. Isso inquieta-nos. Não podemos conceber que nos iludam com anúncios de mais investimento, quando na realidade as respostas estão totalmente degradadas, por birra ideológica e péssima gestão estrutural. Temos o compromisso que, desde o primeiro dia de governação, iremos implementar um plano de emergência no setor que permita ser abrangente a toda a população, independentemente da sua condição social. Acreditamos num país onde o acesso a um médico de família é real e que não haja um tempo de espera absurdo no que toca a consultas de especialidade. Queremos uma saúde próxima e uma resposta de continuidade e integração de cuidados. Por exemplo, temos de reavaliar urgentemente a atual ULS que tem uma dispersão geográfica ingovernável.
Quanto à ferrovia. Qual a melhor solução?
A melhor solução é fazer, e não iludir as pessoas como tem feito o PS. Infelizmente, a ferrovia para este governo foi uma operação de marketing político. Não saiu nada do “power point”. Assumimos o compromisso de fazer andar o comboio (risos). A ferrovia é para nós indiscutível. A solução tem de passar pela eletrificação imediata da linha do Douro, com reabertura até Barca D’Alva e a integração da linha de Alta Velocidade (AV) Porto – Vila Real – Zamora nas Redes Transeuropeias.
Relativamente aos impostos das barragens, qual a vossa posição?
No setor das barragens é importante alterar a repartição da derrama pelos municípios afetados – o critério da massa salarial pode não ser o mais adequado por não refletir a área ocupada, desvalorizando a importância dos recursos naturais. Relativamente ao IMI defendemos que este deve ser pago tendo em conta o valor patrimonial das infraestruturas e dos seus equipamentos. Por outro lado, as questões das isenções fiscais não devem ser “viabilizadas” sem o acordo prévio dos municípios envolvidos. A cobrança de uma taxa a favor dos territórios, resultante da produção obtida nos empreendimentos – com critérios claros de distribuição.
A perda de população continua a ser um grave problema do interior do país. Que medidas defendem para combater este flagelo?
A demografia é um desafio que deve ser assumido como um desígnio nacional. A perda exponencial de população, cada vez mais envelhecida e frágil, tem de ser travada. Há vários caminhos que devemos explorar: fortalecimento e alargamento dos serviços públicos de proximidade; acesso condigno à educação, saúde, segurança, justiça e serviços de apoio social; criação de dinâmicas económicas de vanguarda que atraiam mão de obra qualificada; acreditamos num caminho de inversão desta tendência, com uma valorização integrada do território, projetada para futuro. Temos de ter a ambição de dizer aos jovens de todo o país, em particular aos que estão aglomerados nos grandes centros urbanos, de que no interior há futuro.