O debate eleitoral, momento importante que se aproxima e serve para uma reflexão abrangente e democrática, onde, por um lado, o contraditório emana a visão alternativa das oposições e, por outro, o protecionismo da ação política que, alicerçada nos resultados governativos, a torna na visão mais acertada para os desafios do país, vem perdendo espaço.
Ora, apesar desta dialética democrática, a espetacularização de determinados episódios de corrupção na política faz do tema presente e obrigatório. O papel da justiça, que nos termos observáveis, tem tido condutas desviantes e pouco esclarecedoras, vem contribuindo para uma ideia de que as frequentes ingerências têm intentos bem definidos. A interpretação do contexto será sempre construída com base na eficiência e eficácia da justiça e, assim sendo, a exposição a que repetidamente recorre não transmite a coerência, a independência e a confiança que o cidadão (tanto) precisa.
Não obstante o comportamento da justiça, que neste âmbito é muito questionável, urge observar o papel ético do político. De nada interessam os anos, poucos ou muitos, pois a maturidade de um político terá de ser sentida na alma, no respeito pela responsabilidade e nas consequências da sua ação.
Os padrões comportamentais, que vários agentes políticos protagonizam periodicamente, não dignificam a democracia, pelo contrário, realçam a total incapacidade de assumir responsabilidades pelo que não corre tão bem, demonstrando assim a dependência (financeira?) de quem vive da e para a política.
O cruzamento da ética da responsabilidade com a solidez interior que carateriza a ética da convicção, não fará do político um santo, mas fará do Homem autêntico o Homem político.
Como diria Max Weber: “Não posso proceder de outro modo, aqui estou e permaneço.”