“Isso é uma utopia, há quem acredite nisso, mas basta ver quanto custa manter uma equipa de sapadores, que não fazem emergência pré-hospitalar, nem fazem transportes de doentes, em comparação com um corpo de bombeiros voluntários”.
Com duas Equipas de Intervenção Permanente (EIP), o comandante sublinha que são “primordiais”, porque “é a resposta rápida e qualificada àquilo que são as solicitações que nos chegam todos os dias. Não estamos dependentes de tocar a sirene e à espera dos voluntários, porque temos gente que está aqui e sai ao minuto”.
O comandante gostaria ainda de ver o corpo de bombeiros com EIP 24 horas por dia e 365 dias por ano. “É uma equipa de primeira intervenção, que deveria estar sempre disponível, não é para fazer transporte de doentes”.
Com uma escola de 18 estagiários a funcionar, há dificuldades em formá-los, porque a Escola Nacional de Bombeiros “não consegue arranjar formadores para os cursos de Tripulante de Ambulância de Transporte, que é um curso obrigatório para ser bombeiro”.
Esse “é um problema, porque as pessoas estão cá, têm a escola toda feita e falta aquele curso, o que os deixa à espera sem poder fazer nada há mais de um ano”.
“Temos mais de 20 bombeiras e verificamos que cada vez há mais interessadas”
Humberto Sarmento – Comandante
Agora, integrados na Sub-região de Emergência e Proteção Civil do Douro, uma nova organização que diz não ter vindo beneficiar esta corporação. “Na minha ótica ficamos pior.
Estamos integrados num comando que tem um rio a meio e isso dificulta-nos os acessos. Além de que as vias infraestruturantes para passar o Comando Sub-regional todo não são as melhores. Por outro lado, o rio é atravessado em quatro pontos, a melhor via que temos é a Autoestrada 24 e fica no oeste do Comando. Mesmo assim, nós estamos perto do nó, a sete quilómetros, mas se for a Moimenta da Beira, Penedono ou Sernancelhe fica ainda mais difícil”.
Com uma vasta área florestal, que o comandante diz que arde com “alguma frequência”, a maior preocupação é com o vento. Há ali um fenómeno estranho, porque o fogo apanha uma velocidade estonteante. Na parte sul, a freguesia de Várzea da Serra, há muitos hectares de plantação geridos pela Altri, que durante anos teve pinheiro e agora tem eucaliptos, o que nos preocupa”.
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