“Temos vindo, nestes últimos dias, a realizar ações de campanha pelas aldeias do concelho e encontramos as aldeias praticamente vazias”, afirmou Luís Santos à agência Lusa, durante uma ação de campanha na localidade de Ponte.
O candidato bloquista encontra explicação nas pessoas que trabalham na cidade, no entanto, outra “explicação visível pelas casas que estão abandonadas”, é “o esvaziamento das aldeias no seu ser social”.
“As pessoas deixaram de viver a aldeia, deixaram de estar na aldeia e esta transformou-se ou num dormitório da cidade ou num amontoado de casas devolutas. Deu para perceber que, efetivamente, é necessário que haja uma intervenção mais profunda neste espaço”, salientou.
“Mas também chegamos à conclusão que o combate a esta problemática terá que ser mais abrangente. Terá, talvez, que haver um consenso entre todos os intervenientes, nomadamente todas as forças políticas, para pensar os territórios rurais de uma forma séria”, afirmou Luís Santos. “É necessário todos, em conjunto, desenharmos um plano que possa combater esta desertificação e esta triste realidade que é o abandono deste território”.
Pela aldeia de Ponte, percorrida a pé pela campanha do BE, foram distribuídos panfletos, muitos deixados nas caixas de correio e outros, poucos, entregues nas mãos dos habitantes encontrados pelo percurso. A aldeia dista poucos quilómetros da cidade de Vila Real.
“Temos algumas propostas, mas não temos essa varinha mágica que, com um toque, possa alterar esse paradigma e temos a humildade de reconhecer que esse é um problema que terá que ser pensado por todas as forças políticas e por toda a sociedade civil”, sublinhou Luís Santos.
O candidato realçou preocupações relacionadas com os centros sociais e defendeu um papel mais interventivo por parte do município, atualmente liderado pelo socialista Rui Santos, no apoio a estas instituições, quer a nível, por exemplo, dos transportes de idosos e de pessoas com necessidades especiais ou na elaboração de candidaturas a fundos comunitários.
Luís Santos disse também que, por estes dias, tem encontrado muitas estradas municipais sem marcação o que, na sua opinião, “dá um sinal de esquecimento”. “São territórios que devem e merecem as mesmas igualdades e as mesma oportunidades que as pessoas das cidades. Queixamo-nos muito do centralismo de Lisboa e do Porto e depois nós aqui fazemos exatamente a mesma coisa aos territórios envolventes à cidade”, salientou.