Quinta-feira, 20 de Março de 2025
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Câmara reitera que é contra a mineração de lítio no concelho

O Município de Boticas veio reforçar posição, manifestando-se contra o projeto de exploração de Lítio na Mina do Barroso, pela empresa Savannah Resources.

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Numa nota à comunicação social, a câmara liderada por Fernando Queiroga afirma “manter-se ao lado da população que contesta a exploração mineira”, e assume “avançar e apoiar todas as iniciativas que tenham como objetivo travar” a exploração na freguesia de Covas do Barroso.

O esclarecimento surge após a divulgação de notícias em que são referidos dividendos e contrapartidas que a empresa iria atribuir à autarquia e ao concelho.

A nota esclarece que “nunca, e fique sublinhado, a Savannah Resources se sentou à mesa com o Município de Boticas para negociar o que quer que fosse. Nem royalties, nem qualquer outro tipo de contrapartida, muito menos nos valores apresentados pela empresa, que fala numa compensação anual ao Município de Boticas de 10 milhões de euros”.

Segundo a autarquia barrosã, essas conversações ou negociações “nem sequer fariam sentido, tendo em conta a posição clara do município contra esta exploração”.

O executivo municipal relembra que a rejeição do projeto se prende com efeitos no ambiente e saúde pública que a exploração mineira acarreta, mas também com a “forma pouco séria e pouco transparente com que este processo sempre se desenvolveu”, e acusa mesmo a Savannah Resources de “usar de um discurso e uma estratégia intimidatórios”, ao mesmo tempo que “anuncia o paraíso ao nível do desenvolvimento sócio-económico da região, apresentando-se como um ‘profeta salvador’ capaz de resolver todos os problemas que afetam este território, ao criar uma espécie de ‘época dourada’”.

“Podem prometer os milhões que entenderem, onde entenderem, podem falar dos empregos, das estradas, dos hospitais, das escolas, das creches, dos centros dia… um sei lá mais o quê de contrapartidas, mas isso não passam de promessas atiradas para o ar”, sublinham os responsáveis autárquicos locais, sublinhando que a única coisa visível “é destruição, devassa, falta de respeito pelo espaço público e privado e sobretudo muita arrogância”.

“Podemos ser “pobres”, podemos ser um concelho pequeno no número de habitantes, podemos ter um Orçamento Municipal limitado, mas temos orgulho na gestão rigorosa, criteriosa e sem desperdício dos recursos financeiros, que faz de nós o 6º município do país com melhor eficiência financeira”, aponta Fernando Queiroga.

Destacando o selo de Património Agrícola Mundial, atribuído pela UNESCO, como reconhecimento pelas práticas ambientais e comunitárias e pela produção de produtos endógenos de elevada e reconhecida qualidade, o presidente do município diz que “não há dinheiro, nem ouro, nem lítio, que cheguem perto da riqueza que a nossa ruralidade representa”. Acrescenta ainda que, juntamente com as pessoas do concelho, “essa é a verdadeira riqueza” deste território e termina dizendo que “não tem preço e não é negociável”.

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