Tendo em conta que não existe uma cura completa, mas sim um controle da doença, devemos de facto apostar na prevenção.
A prevenção da leishmaniose deverá ter uma abordagem multimodal, devendo por um lado prevenir a infeção através do uso de repelentes e por outro, conferindo imunidade através de imunomoduladores.
Os repelentes de mosquitos existem no mercado sob a forma de pipetas spot-on ou coleiras. Pode combinar-se as duas formas, principalmente quando o risco de transmissão da doença é maior, o que ocorre entre os meses de abril e outubro.
Também é essencial proteger os nossos animais nas horas mais críticas, que corresponde ao período de maior atividade do mosquito, entre o anoitecer e o amanhecer. No caso de animais que estejam em canis, é importante a colocação de redes mosquiteiras nas suas instalações. O aumento da imunidade é conseguido através da vacinação ou da administração de um xarope também disponível no mercado.
A vacina pode ser administrada a partir dos seis meses e requer um despiste prévio da infeção, pois os animais positivos não devem ser vacinados. A revacinação é anual e é apenas necessária uma dose para considerarmos o animal vacinado.
O xarope pode ser administrado a partir dos três meses e requer a toma diária durante um mês e deverá ser repetido duas vezes no ano, com preferência nos meses de junho e outubro.
Desta forma, se percebe o efeito sinérgico destas duas formas de proteção: os repelentes reduzem o risco de infeção, mas não previnem o aparecimento dos sinais clínicos se o animal for infetado, enquanto a vacinação reduz o risco de progressão da doença, mas não previne a infeção. Não se esqueça que a prevenção é o melhor remédio.
Sabia que…
Embora menos comum o parasita também pode ser transmitido por via vertical (da mãe para os cachorros através da placenta) ou por via venérea (aquando da monta)? Testar os reprodutores é uma forma adicional de prevenir a leishmaniose.