Apesar da sua importância, o seu trabalho permanece frequentemente invisível e subvalorizado. Em Portugal, o papel do cuidador informal tem vindo a ser progressivamente reconhecido, especialmente devido às iniciativas legislativas, com a implementação do Decreto-Lei n.º 100/2019 de 6-09.
Embora este estatuto apresente algumas limitações, constitui um avanço substancial, porque além da valorização social do cuidador informal estabelece a implementação de medidas que têm como propósito melhorar a condições de vida dos cuidadores, destacando-se entre as principais disposições legislativas, o apoio financeiro, a garantia de descanso para o cuidador e o acesso a formação específica e acompanhamento psicológico.
Nas Unidades de Cuidados da Comunidade de Vila Real e de Mateus, no ano em curso, foi implementado um projeto-piloto focado na criação de grupos de autoajuda, destinados a cuidadores informais. Este projeto teve como objetivo proporcionar formação especializada e apoio psicológico aos cuidadores, como também promover a partilha de experiências e o desenvolvimento de estratégias de autocuidado. Além disso, procurou-se reduzir a sobrecarga emocional dos cuidadores e melhorar a sua capacidade de gestão dos desafios diários que enfrentam, resultando num impacto positivo no seu bem-estar e na qualidade dos cuidados prestados.
O sucesso deste projeto-piloto reflete a importância de promover a formação contínua e o suporte emocional aos cuidadores, garantindo que possam continuar a desempenhar a sua função com a dignidade e sem comprometer o seu bem-estar físico e emocional.
Susana Teixeira (Enfermeira Especialista)