Sexta-feira, 26 de Julho de 2024
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Cuidar a pensar na qualidade de vida

A “Nós Cuidamos” é hoje uma referência na região, que prima pelo profissionalismo e pela confiança que dá a quem lhe abre a porta

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Ricardo e Carlos Almeida são irmãos. Com a sua prima Sara Varejão, são o rosto da “Nós Cuidamos”, uma empresa que surgiu para suprimir algumas lacunas no que diz respeito ao apoio domiciliário.

“O nosso avô teve um problema oncológico e, na altura, a decisão da família foi tratá-lo em casa, mas tivemos grandes dificuldades em encontrar pessoas que prestassem uma assistência integrada”, conta Ricardo. “Eu e o meu irmão somos professores. Na altura não tínhamos colocação e decidimos avançar com esta empresa”, frisa.

Estávamos em 2008 e, desde então, a empresa tem vindo a crescer, mesmo com a ‘Troika’ pelo caminho. “Tem sido uma verdadeira aprendizagem, nem tudo foi fácil. Enfrentámos uma crise económica e nessa altura mudámos também de instalações”, revela Carlos Almeida.

“Nós sentimos o embate da crise passados dois anos, tivemos uma quebra muito grande e tivemos de ajustar os recursos humanos”, acrescenta o irmão, Ricardo, lembrando que “existiam indicadores sociais que nos davam nota de que poderíamos ser capazes de construir um projeto deste género. Acontece que se trata de um serviço personalizado que, em certas situações, acaba por ser mais caro”.

“Os nossos serviços são adaptados às necessidades quer do utente, quer da família”
Ricardo Almeida
Proprietário

Até então, não existia nada do género no distrito o que acabou por fazer da “Nós Cuidamos” uma lufada de ar fresco para muitas famílias.

“Não há capacidade para canalizar as pessoas de um hospital para as ERPI’s. Não havendo resposta, têm de ficar internadas e é aí que nós entramos”, refere Ricardo, explicando que “os nossos serviços são adaptados às necessidades quer do utente, quer da família. Ou seja, temos em conta se precisam de acompanhamento só durante o dia, só ao fim de semana ou todo o dia. Este modelo flexível é uma das nossas mais valias, já para não falar que estamos no terreno todos os dias, mesmo quando é feriado”.

“Para se ter uma noção, num lar há um funcionário para cada sete utentes. No nosso caso, em muitos serviços temos quatro pessoas para um utente. É esta proximidade com os nossos clientes que nos torna especiais”, acrescenta o irmão. Além disso, “está provado que, havendo uma resposta social adequada ao pós-internamento, nos primeiros 15 a 30 dias, isso tem impacto na evolução do doente”.

AJUDA NA TRANSIÇÃO

Muitas famílias, quando um familiar tem alta do hospital, começam logo a questionar-se se têm a casa preparada para isso. “Há muitas pessoas que chegam aqui a chorar, desesperadas, porque o pai, por exemplo, vai ter alta e não estão preparadas. Nós ajudamos nesse processo”.

“Conseguimos, rapidamente, adaptar a casa para receber o doente. Colocamos uma cama articulada, se necessário, e todos os profissionais à disposição para dar uma resposta mais integrada, com um serviço personalizado, e, assim, dar mais qualidade de vida à pessoa em questão. É essa a nossa missão, dar mais qualidade de vida, daí estarmos a fazer uma grande aposta nestes serviços de transição”.

RECURSOS HUMANOS

Hoje em dia, encontrar quem queira trabalhar na área é o grande desafio. “Os recursos humanos são muito importantes para nós, aliás, sem eles não existíamos”, confessam, explicando que “a qualidade dos recursos humanos também é importante. Não nos podemos esquecer que a família deposita confiança em nós e no nosso trabalho, pelo que é importante termos recursos humanos de qualidade”.

“A família abre-nos a porta da sua casa e nós temos que lhe levar confiança e qualidade. Para isso, temos de ter um recrutamento muito minucioso. Temos que analisar bem o perfil de cada pessoa”, confessam, aproveitando para realçar “o profissionalismo de todos os nossos trabalhadores, que acrescentam valor a este projeto todos os dias”.

E em jeito de conclusão, não esquecem que “as pessoas só dão valor a este tipo de serviços quando precisam deles. Além disso, nós damos às famílias a estabilidade que com alguém a título particular não têm. Imaginemos que a cuidadora fica doente ou simplesmente vai embora, a família fica sem retaguarda. No nosso caso, se alguém falhar, temos logo alguém para substituir”.




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