Uma decadência que precede a luz e o brotar de novas esperanças. Muitos veem o outono como propício à prática do desapego deixando ir o que já não serve mais e abrir espaço para o novo.
Esta semana ficou também marcada pelo 10º ano de governação socialista no concelho de Vila Real. Um marco de reflexão que muitos quiseram evidenciar e que decerto não podemos desprezar.
Deixo-vos neste contexto um desafio com 4 questões simples:
– Quantas infraestruturas estruturantes de âmbito municipal, obras que vão para além de meros arranjos estéticos superficiais foram edificadas nos últimos 10 anos?
– Quantas casas de habitação social, de apoio aos mais desfavorecidos foram criadas nos últimos dez anos?
– Perante tamanho desinvestimento no futuro da nossa cidade, qual a redução da carga fiscal correspondente?
– Qual o apoio que foi dado ao munícipe em tempos de crise?
São, pois, dez anos recheados de um sentimento de falta de planeamento, que têm conduzido a uma fuga continuada de funcionários do município, levando consigo toda a extensa e relevante experiência adquirida ao longo dos anos, desde logo na gestão e no planeamento de procedimentos relacionados com empreitadas, por exemplo.
Dez anos a “avançar”, com paragens e algumas partidas falsas, traduzidas em anúncios vãos e inconsequentes, apesar de bastante estridentes em alguns casos.
Dez anos sem umas novas piscinas municipais, sem a devida manutenção do Monte da Forca ou do campo do Calvário.
Dez anos sem um provedor do munícipe, com baixos índices de transparência nos índices municipais (35,97%).
Dez anos sem planeamento nas obras, sem resolução dos continuados problemas de tráfego rodoviário na cidade.
Dez anos sem uma cultura reafirmada, sem uma ação social coesa e sem uma verdadeira política de atração das populações.
Dez anos de desinvestimento e de perda de capitalidade. Uma capitalidade que Vila Real poderia e deveria assumir naturalmente, não fosse a perda de estratégia, de visão e de ambição e a total ausência de diplomacia económica que se traduzisse em mais investimento.
Dez anos de uma gestão de expectativas junto das pessoas, mas que hoje está esgotada, sem ideias, sem “rasgo”, sem entusiasmo.
“Festas, foguetes e Facebook” apenas, como se diz por aí!
Há quem diga que o tempo passa depressa, tão rápido que às vezes nos esquecemos dele.
Passa como o outono depressa e não regressa. Pois que em dez anos não tiveram tempo que fizesse vingar Vila Real, continuando a escudar-se no passado. Comparam conjunturas que nada têm de similares e mesmo assim muito ficam aquém em termos de produto final.
Mas o outono sempre passa, e os ciclos sempre se fecham.
Este não será diferente. Acreditamos que sim…